O Antigo Testamento: Noé e seus descendentes - Parte XII
- Cláudia Pereira
- há 2 dias
- 3 min de leitura
A Beata Ana Catarina Emmerick (em alemão: Anna Katharina Emmerich), nasceu em 8 de setembro de 1774 em Coesfeld e faleceu em 09 de fevereiro de 1824 em Dülmen na Alemanha. Foi uma freira agostiniana, grande mística e estigmatizada, elevada aos altares pelo Papa São João Paulo II a 3 de outubro de 2004.
Noé e seus descendentes
Visões da Beata Catarina Emmerick
Parte XII – Noé e seus descendentes
Vi Noé, um velho de coração simples, vestido com uma longa roupa branca. Andava num pomar e podava as árvores com uma faca de osso torta. Uma nuvem pairou sobre ele e nela estava uma figura humana. Noé caiu de joelhos. Vi que ele foi, naquele momento, interiormente instruído sobre o desígnio de Deus de destruir a humanidade, e que lhe foi ordenado que construísse uma arca. Vi que Noé ficou triste com o anúncio e que rezou, pedindo perdão e misericórdia, para que o castigo fosse evitado. Não começou logo a obra. O Senhor apareceu-lhe de novo, duas vezes seguidas, ordenando-lhe que começasse a construção, caso contrário pereceria com o resto da humanidade. Por fim, vi Noé a mudar-se com toda a sua família para o país onde Zoroastro, a Estrela Brilhante, habitou posteriormente.

Noé estabeleceu-se numa região alta, arborizada e solitária, com muitas pessoas que haviam emigrado com ele, em tendas. Aí, ergueu um altar e ofereceu sacrifícios ao Senhor. Nem Noé nem ninguém da sua família construiu casas permanentes, porque acreditavam na profecia do Dilúvio. Mas as nações ímpias ao redor lançaram alicerces maciços, demarcaram pátios e ergueram todos os tipos de construções destinadas a resistir às incursões do tempo e aos ataques de um inimigo.
Naqueles dias, Havia uma terrível desordem na terra. Os homens entregavam-se a todos os tipos de maldade, mesmo as mais antinaturais. Saqueavam-se uns aos outros e levavam o que mais lhes convinha, destruíam casas e campos, raptavam mulheres e virgens para satisfazer suas viciosas práticas.
Os descendentes de Noé, à medida que aumentavam e se afastavam dele, pervertiam-se e causavam muitos problemas, depredando as suas propriedades e entregando-se aos vícios. Chegaram mesmo a roubar e a insultar o próprio Noé.
Os homens daquela época, não eram viciosos por ignorância ou porque eram selvagens ou pouco civilizados; tinham tudo o que precisavam, viviam confortavelmente e havia bem-estar geral. Eram maus por corrupção e impiedade, estavam profundamente imbuídos de maldade. Praticavam a mais vergonhosa idolatria, cada um fazendo o seu próprio deus daquilo que mais lhe agradava.
Por meio de artes diabólicas, eles tentaram seduzir a família imediata de Noé. Mosoc, filho de Jafé e neto de Noé, foi assim corrompido. Enquanto trabalhava no campo, bebeu o sumo de uma planta e ficou embriagado. Não era o que ele costumava beber, mas o sumo de uma planta que carregavam em pequenos recipientes para beber durante o trabalho, e cujas folhas e frutos mastigavam.
Mosoc teve um filho, que recebeu o nome de Hom. Quando a criança nasceu, Mosoc pediu ao seu irmão Tubal que cuidasse da criança, para assim esconder a sua culpa e vergonha. Tubal fê-lo por afeto fraterno.
O menino Hom, foi colocado pela mãe diante da tenda de Tubal, com um broto da planta viscosa chamada Hom ao lado, com o qual, segundo a tradição, acreditava-se garantir os direitos à herança. Mas o Dilúvio já estava próximo, e por isso os seus planos foram infrutíferos.
Tubal pegou no rapaz e criou-o na sua família sem revelar a sua origem. E foi assim que a criança foi levada para a arca. Tubal chamou ao menino Hom, o nome da raiz cujos rebentos se encontravam junto dele como único sinal. A criança não foi alimentada com leite, mas com a mesma raiz. Se essa planta crescer direita, atingirá a altura de um homem; mas quando se arrasta pelo chão, dá rebentos como os espargos, duros e de copa tenra. É utilizado como alimento e como substituto do leite. A raiz é bulbosa e dela nasce uma coroa de algumas folhas castanhas. O seu caule é bastante espesso e a medula é utilizada como farinha, cozinhada como papa ou espalhada em camadas finas e cozida. Onde quer que se desenvolva, cresce luxuriantemente e cobre léguas de terreno. Vi que essa planta entrou na arca de Noé.
Leia o próximo capítulo das Revelações à Beata Ana Catarina Emmerick
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