
A História do Rosário
"Desde que o Rosário foi composto, em princípio e em substância, pela Oração de CRISTO (PAI Nosso) e a Saudação Angélica (Ave Maria), sem dúvida, constitui a primeira devoção dos fiéis e tem sido usado pelos séculos, desde o tempo dos apóstolos e discípulos até ao presente.
Mas foi somente no ano de 1214, que a Santa Madre Igreja recebeu o Rosário na sua forma presente, e de acordo com o método que usamos hoje. Ele foi dado à Igreja por São Domingos, que o recebeu da Bem-aventurada Virgem, como um meio poderoso de converter os albigenses e outros pecadores."
"O Segredo Admirável do Santíssimo Rosário"
São Luís Maria Grignion de Montfort
Como surgiu o Rosário?
Durante os primeiros séculos do cristianismo, o saltério do rei David (livro dos salmos), de 150 salmo, era de uso corrente. A antiga prece judia passara a ser também prece cristã, e as comunidades recitavam-na em latim, língua habitual na época.
Por volta do século IX, os monges irlandeses, considerando que a recitação dos salmos em latim pelos fiéis analfabetos era impossível, pensaram em substituí-los por 150 Pai-nossos, utilizando um cordãozinho com pequenos nós, para que fosse mais fácil contá-los.
Naquele tempo, a oração da Avé-Maria ainda não era conhecida, ou pelo menos, os livros de oração não a mencionavam. Seria preciso esperar mais dois séculos para a vermos em uso: primeiro com a saudação angélica, do Arcanjo São Gabriel (século X) «Avé-Maria, cheia de Graça. O Senhor é convosco.» (Lc 1, 28), depois com a saudação de Santa Isabel quando foi visitada pela Virgem Maria (século XI) «Bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do Vosso ventre.» (Lc 1, 42). Somente no século XI, começou a ser rezado o "Saltério Angélico" ou o "Saltério das 150 Avé-Marias", quase sempre acompanhado, conforme o costume da época, de genuflexões, prostrações, braços em cruz, etc.
Na mesma época, surgiu o "Saltério dos 150 enunciados de fé sobre Nosso Senhor Jesus Cristo", um conjunto de textos bíblicos relacionados com certos momentos da vida de Nosso Senhor. Esta oração, rapidamente se tornou uma vida meditada de Cristo.
Começou também a ser rezado, nessa ocasião, um "Saltério dos 150 louvores de Nossa Senhora", que era uma meditação sobre a vida da Santíssima Virgem Maria, semelhante à oração anterior, composta também por textos da Sagrada Escritura.
Assim, no tempo de São Domingo (século XIII), havia quatro tipos de "Saltério" de uso popular:
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o dos 150 Pai-nossos;
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o das 150 Avé-Marias;
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o da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo;
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o da vida da Virgem Santa Maria;
Durante muito tempo, o Rosário foi resultando na combinação desses quatro "Saltérios", o que, porém, não aconteceu de uma só vez, mas após várias tentativas, arranjos e substituições.
No século XV, o dominicano (frade da ordem de S. Domingos) Alano de La Roche, deu aos vários elementos existentes, a forma essencial do Rosário de 15 dezenas de Avé-Marias intercaladas por um Pai-Nosso, em que em cada dezena era dedicada à meditação de um acontecimento da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo ou da Santíssima Virgem Maria. Alano de La Roche, lançou ainda as "Confrarias do Rosário", e o Rosário continuou a evoluir. No século XVIII, foi adicionada a segunda parte da Avé-Maria com um pedido: "Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Ámen"; e no século seguinte, um "Glória ao Pai", encerrava cada dezena para honrar a Santíssima Trindade.
O simples cordão dos monges irlandeses com 10, 50 ou 150 nós, foi fechado, simbolizando uma coroa de rosas aos pés de Jesus e Maria, e passou a ser , habitualmente, uma corrente com pequenas contas de 5 dezenas, isto é, um terço do Rosário. Depois, foi adicionada uma cruz para se rezar o Credo em que se resume toda a nossa fé Católica e as 3 contas unidas para honrar a Santíssima Trindade através da Avé Maria.
Atualmente, e a pedido de Nossa Senhora em Fátima, rezamos depois do "Glória ao Pai", a jaculatória de "de Fátima": "Ó meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno. Levai as almas todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem".
Em outubro de 2022, o Papa São João Paulo II, enriqueceu o Rosário com a inclusão de mais 50 Avé-Marias para que meditássemos, através nos novos Mistérios Luminosos, os ensinamentos e a vida pública de Jesus, desde o Seu Batismo até à Instituição da Eucaristia.