O Antigo Testamento: A construção da Arca de Noé - Parte XIII
- Cláudia Pereira
- há 3 dias
- 4 min de leitura
A Beata Ana Catarina Emmerick (em alemão: Anna Katharina Emmerich), nasceu em 8 de setembro de 1774 em Coesfeld e faleceu em 09 de fevereiro de 1824 em Dülmen na Alemanha. Foi uma freira agostiniana, grande mística e estigmatizada, elevada aos altares pelo Papa São João Paulo II a 3 de outubro de 2004.
A construção da Arca de Noé
Visões da Beata Catarina Emmerick
Parte XIII – A construção da Arca de Noé
Demorou um tempo considerável, até que construção da arca estivesse concluída, pois Noé interrompeu-a muitas vezes durante anos a fio. Três vezes, Deus o avisou, para prosseguir com a obra. Ele contratava trabalhadores e ajudantes, mas depois abandonava a obra, pensando que Deus perdoaria, e adiava as suas tarefas até que finalmente a completou com sucesso.
Vi que na arca, como na Cruz, havia quatro tipos de madeira: palma, oliveira, cedro e cipreste. Vi que a madeira era cortada e talhada no local, e que Noé a levava aos ombros para o sítio da construção, tal como Jesus depois levou a madeira da sua cruz. O local escolhido para a construção da arca era uma colina rodeada por um vale.
Eu vi como colocavam primeiro as fundações da arca de Noé. A arca era arredondada na parte de trás e a quilha, em forma de gamela, estava coberta de piche. Tinha dois andares apoiados em postes ocos, que se erguiam uns sobre os outros. Estes postes não eram troncos redondos de árvores, mas sim secções ovais cheias de uma medula branca que se tornava fibrosa no centro. O tronco era nodoso, ou sulcado, e as grandes folhas cresciam à sua volta sem ramos. Vi os operários a retirarem a medula com uma ferramenta. A madeira das árvores era cortada em tábuas finas.
Depois de Noé ter transportado todos os materiais para o local designado e de os ter colocado em ordem, a construção foi iniciada. O fundo foi colocado e inclinado, a primeira fila de postes foi levantada e os buracos em que se encontravam foram preenchidos com betume. Seguiu-se o segundo andar, com outra fila de postes para o terceiro andar, e depois o telhado. Os espaços entre os postes foram preenchidos com ripas castanhas e amarelas colocadas transversalmente, sendo os buracos e as fendas preenchidos com uma espécie de lã que se encontra em certas árvores e plantas, e um musgo branco que cresce muito abundantemente à volta de algumas árvores. Em seguida, tudo foi coberto por dentro e por fora. O telhado era arredondado. A entrada, entre as duas janelas situava-se no centro de um dos lados, a pouco mais de metade da altura. No meio do telhado, havia também uma abertura quadrada.
Quando a arca estava completamente coberta de betume, brilhava como um espelho ao sol. Noé continuou a trabalhar sozinho e durante muito tempo nos diferentes compartimentos para os animais, pois todos deviam ser separados por classes. Duas passagens estendiam-se pelo meio da arca e, no fundo da parte oval, escondido por cortinas, encontrava-se um altar de madeira, cuja mesa era semicircular. Havia também uma área separada ao redor do altar, com tecidos e tapetes. Diante do altar havia um braseiro com fogo e carvão que funcionava como lareira. À direita e à esquerda, havia espaços divididos para dormitórios.
Na arca foram transportados todos os tipos de baús e utensílios, e numerosas sementes, plantas e arbustos foram colocados na terra ao redor das paredes, que aparecia toda verde pela quantidade de plantas. Vi algo como videiras transportadas e nelas grandes uvas amarelas, com cachos de um côvado de comprimento (0,66 m).
Não há palavras para expressar o quanto Noé sofreu da malícia e da má vontade dos trabalhadores durante todo o tempo em que a arca estava a ser construída. Escarneciam dele, insultavam-no de todas as maneiras, chamavam-lhe tolo. Ele pagava-lhes bem, em gado e peles, mas isso não impedia que o insultassem. Ninguém sabia porque é que ele estava a construir a arca, por isso, ridicularizavam-no.

Quando tudo ficou pronto, vi Noé a dar graças a Deus, que lhe apareceu, e lhe disse para pegar numa flauta de cana e chamar todos os animais dos quatro cantos do mundo. Quanto mais se aproximava o dia do castigo, mais escuros ficavam os céus. Uma ansiedade assustadora apoderou-se de toda a terra; o sol já não mostrava o seu rosto e o rugido do trovão era ouvido sem cessar. Vi Noé a percorrer uma pequena distância para norte, sul, leste e oeste, e tocar a sua flauta.
Os animais acorreram ao som, e entraram na arca por ordem, dois a dois, machos e fêmeas. Entraram por uma tábua colocada desde a entrada até ao chão. Quando todos estavam seguros lá dentro, a tábua também foi içada. Os animais maiores, elefantes brancos e camelos, entraram primeiro. Estavam inquietos, como se estivesse a aproximar-se uma tempestade, e foram precisos vários dias para entrarem todos. Os pássaros entraram pela claraboia e empoleiraram-se debaixo do teto, em postes e gaiolas, enquanto as aves aquáticas foram para o fundo do navio. Os animais terrestres ficavam no andar do meio. Os animais destinados a serem sacrificados entravam em sete pares juntos.
A arca, que jazia sozinha no cimo da colina, brilhava com uma luz azulada. À distância, parecia que estava a descer das nuvens.
Leia o próximo capítulo das Revelações à Beata Ana Catarina Emmerick
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