
A Eucaristia
«Irmãos: Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim». Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim». Na verdade, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha».
1 Cor 11, 23-26
O que é a Eucaristia?
A Eucaristia é o maior de dom de Deus à humanidade! Jesus é o dom e nós somos os beneficiários.
Quando recebemos dignamente a Eucaristia, experimentamos uma presença mais íntima de Deus, do que se tivéssemos vivido lado a lado com Cristo durante a Sua vida, porque, ao recebermos a Eucaristia, ficamos intimamente unidos a Cristo. Cristo está em nós e é parte de nós.
Quando receber a Eucaristia
A Eucaristia foi criada especificamente para o género humano. Nem anjos, nem arcanjos, nem virtudes, nem querubins, podem receber a Eucaristia. Nem mesmo os quatro anciãos que circundam o trono de Deus, os serafins, podem recebê-la. No livro "Do Whatever Love Requires" [Faça o que o Amor pedir], meditação de Santa Margarida Maria, ela afirma: "Para amar como Ele ama, (...) Ele se revestiu de pequenez, na Sua humildade, para ficar escondido lá, no Santíssimo Sacramento, naquela pequena hóstia que se recebe na comunhão e na hóstia que se comtempla na custódia."
Eis o que o Catecismo da Igreja Católica afirma com referência à Santa Missa:
"A assembleia deve preparar-se para se encontrar com seu Senhor, deve ser «um povo bem-disposto». Esta preparação dos corações é obra comum do Espírito Santo e da assembleia, particularmente dos seus ministros. A graça do Espírito Santo procura despertar a fé, a conversão do coração e a adesão à vontade do Pai. Estas disposições pressupõem-se para receber outras graças oferecidas na própria celebração, e para os frutos de vida nova, que ela é destinada a produzir em seguida." (CIC. 1098)
Pão e Vinho
Porque teria Deus escolhido o pão para se tornar Seu corpo a través da transubstanciação?
Talvez pelo facto de o pão ser o principal género alimentício. Ao relacionar o físico com o espiritual, para sugerir e ilustrar o espiritual, é possível que Deus tenha desejado enfatizar o alimento espiritual, que é a eucaristia, como o «pão nosso de cada dia», de acordo com o Pai-Nosso. O pão é notoriamente mencionado na Bíblia, como podemos verificar: «Amigo, empresta-me três pães» (Lc 11, 5c); ou «Tomando a farinha, [a mulher] amassou-a, fez com ela pães sem fermento e cozeu-os.» (1 Sm 28, 24c) Ao grande profeta Ezequiel, Deus ensinou a receita para o que foi denominado pão de Ezequiel: «Recolhe, por conseguinte, trigo, cevada, favas, lentilhas, milho miúdo, aveia; guarda-os no mesmo recipiente; faz deles o teu alimento» (Ez 4, 9a). A propósito, o pão de Ezequiel é o mais nutritivo de todos os pães, contendo todos os aminoácidos essenciais, o único alimento do mundo sobre o qual se pode afirmar isso.
Porque teria Deus escolhido o vinho para transformar no Seu Sangue, através da transubstanciação?
Seria, possivelmente, pelas supostas propriedades curativas do vinho? Leia a Primeira Carta do apóstolo São Paulo a Timóteo: «Não continues a beber só água, mas toma também um pouco de vinho, por causa do estômago e das tuas frequentes indisposições». (1 Timóteo 5, 23) Nos dias de hoje, o vinho voltou a apresentar-se como a principal medida preventiva contra as doenças cardíacas. Conheço pessoas que, sofrendo de doença cardíaca, foram aconselhadas pelos seus médicos a tomar alguns goles de vinho antes de se deitarem. (...)
A Transubstanciação
O Concílio de Trento, resume a transubstanciação no Catecismo da Igreja Católica:
«Porque Cristo, nosso Redentor, disse que o que Ele oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente o seu corpo, sempre na Igreja se teve esta convicção que o sagrado Concílio de novo declara: pela consagração do pão e do vinho, opera-se a conversão de toda a substância do pão no corpo de Cristo nosso senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue; a esta mudança, a Igreja católica chama, de modo conveniente e apropriado, transubstanciação». (CIC-1376)
Se se aceita Deus como nosso Criador e Jesus como plenamente Deus, realmente, nada mais falta do que um pequeno, para perceber como Jesus pode mudar uma substância à vontade, isto é, efetuar a transubstanciação.
Veja a história bíblica: não mudou Jesus a natureza das substâncias por ocasião da multiplicação dos pães e dos peixes? Não mudou Jesus a natureza de uma substância nas bodas de Caná, quando transformou a água em vinho? Como deve ser fácil para o Criador, transformar substancialmente uma parte minúscula da Sua própria gigantesca criação!
O que diz o Catecismo da Igreja Católica?
Podemos ampliar a definição da Eucaristia baseando-nos no Catecismo da Igreja Católica, que declara:
«Temos, pois, de considerar a Eucaristia
- Como ação de graças e louvor ao Pai,
- Como memorial sacrificial de Cristo e do Seu Corpo,
- Como presença de Cristo pelo poder da sua Palavra e do seu Espírito. (CIC-1358)
A Eucaristia, sacramento da nossa salvação realizada por Cristo na cruz, é também um sacrifício de louvor, em ação de graças pela obra da criação. No sacrifício eucarístico, toda a criação, amada por Deus, é apresentada ao Pai, através da morte e ressurreição de Cristo. Por Cristo, a Igreja pode oferecer o sacrifício de louvor, em ação de graças por tudo o que Deus fez de bom, belo e justo, na criação da humanidade. (CIC-1359)
A Eucaristia é um sacrifício de ação de graças ao Pai, uma bênção pela qual a Igreja exprime o seu reconhecimento a Deus por todos os seus benefícios, por tudo o que Ele fez mediante a criação, a redenção e a santificação. Eucaristia significa, antes de mais, «Ação de graças». (CIC-1360)
A Eucaristia, é também o sacrifício de louvor, pelo qual a Igreja canta a glória de Deus em nome de toda a criação. Este sacrifício de louvor, só é possível através de Cristo: Ele une os fieis à sua pessoa, ao seu louvor e à sua intercessão, de maneira que, o sacrifício de louvor ao Pai, é oferecido por Cristo e com Cristo, para ser aceite em Cristo. (CIC-1360)»

Porque devemos receber amorosamente a Eucaristia?
Eis as três razões mais importantes porque devemos receber amorosamente a Eucaristia.
Em primeiro lugar, a Sagrada Comunhão faz crescer a nossa união com Cristo no Corpo Místico. A Sagrada Eucaristia separa-nos do pecado. O Catecismo da Igreja Católica diz o seguinte:
«O corpo de Cristo que recebemos na comunhão é «entregue por nós» e o sangue que nós bebemos é «derramado pela multidão, para remissão dos pecados». É por isso que a Eucaristia não pode unir-nos a Cristo sem nos purificar, ao mesmo tempo, dos pecados cometidos, e nos preservar dos pecados futuros.»
Em segundo lugar, já que peco diariamente, deveria contar sempre com um remédio. Decorre que, quanto mais eu receber a Sagrada Eucaristia, mais íntima se tornará a minha amizade com Jesus. Jesus e o pecado são incompatíveis, como tentar misturar óleo e água; assim, quanto mais íntima é a minha amizade com Cristo, menos irei pecar. Jesus é a minha salvação.
Em terceiro lugar, quantos há que não agradecem a Deus por todas as suas bênçãos! Há pessoas que nem sequer acreditam em Deus! Não é desumano deixar de sentir gratidão pelos nossos benfeitores e agradecer-lhes? Como nos sentimos quando NÓS somos os benfeitores, mas não recebemos louvor ou agradecimento ou até crédito? Os pais, muitas vezes se deparam com a falta de agradecimento e de gratidão por parte dos seus filhos mais jovens. DEVEMOS ao nosso pai, louvor e gratidão por nos ter criado, sustentado e alimentado. Quanto mais não devemos a Deus pela promessa e dom da vida ETERNA e da felicidade ETERNA?
Todas as vezes que recebemos a Eucaristia com fé e dignidade, damos um passo gigante para mais perto da nossa própria união e felicidade permanente por toda a eternidade! Maria contou às crianças em Medjugorje que, na nossa condição humana, não podemos compreender a magnificência da Missa, e que a Eucaristia é o cerne de toda a Missa. Não deveríamos demonstrar a nossa gratidão a Deus, participando da Missa e recebendo a Eucaristia, sempre que pudéssemos?
Adaptado de: DeGrandis SSJ, Pe. Robert. A presença real de Jesus na Eucaristia. 4.Ed. Campinas: Raboni, 2000
Como receber a Eucaristia?
A primeira condição para receber a Eucaristia na Santa Missa é estar em estado de graça. Como?
Procurando um sacerdote para, arrependido, confessar os seus pecados e receber a absolvição no Sacramento da Confissão. Este sacramento vai permitir que restaure a sua amizade com Deus, permitindo que receba dignamente a Eucaristia. Depois, deve preparar o seu corpo e a sua alma.
Veja em baixo, como pode, passo a passo, preparar-se para a Confissão e a Comunhão de uma forma simples.