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A Santa Missa explicada às crianças por Maria Montessori

  • Cláudia Pereira
  • 25 de jun.
  • 4 min de leitura

Maria Montessori foi uma mãe, educadora, médica e pedagoga italiana, muito conhecida pelo seu método educativo, e que ainda hoje é usado em inúmeras escolas públicas e privadas por todo o mundo. O que muitas pessoas desconhecem, é que ela era uma mulher profundamente católica.


Maria Montessori
Maria Montessori (1870-1952)

Maria nasceu em 1870 na Itália, numa família profundamente marcada pela fé católica. Apesar de se ter envolvido em movimentos internacionais e científicos que a colocaram em contato com diversas ideias, ela nunca abandonou as suas raízes católicas, e manteve sempre uma fé intensa ao longo da sua vida, e que se refletiu em toda a sua visão pedagógica.

Para Maria Montessori, a educação não era apenas intelectual ou técnica, mas espiritual. Ela via a criança como um ser dotado de uma alma e de uma missão interior dada por Deus. Na sua abordagem, ela valorizava a dignidade da criança e a colaboração com a obra divina da criação.

No final da sua vida, Montessori aprofundou os seus laços com a Igreja Católica, especialmente depois da Segunda Guerra Mundial. Ela trabalhou diretamente com instituições católicas, e chegou a a desenvolver materiais catequéticos para as crianças, usando o seu método pedagógico. Esta catequese montessoriana, tem uma profunda espiritualidade católica, centrada na Liturgia e nas Escrituras, respeitando o ritmo interior da criança e seu senso natural de Deus.

O seu método Montessori, foi bem acolhido por várias ordens religiosas e escolas católicas, especialmente naquelas ordens voltadas para a educação infantil. Vários Papas e bispos reconheceram o valor da sua pedagogia, especialmente no contexto da educação cristã, e deram Imprimatur a todos os livros e artigos que ela escreveu relacionados com a formação moral e espiritual das crianças.

Ela inspirou Gianna Gobbi (sua discípula) e Sofia Cavalletti (teóloga), que mais tarde usaram os seus princípios pedagógicos, para desenvolver um método catequético centrado na liturgia, no silêncio e na escuta da Palavra de Deus. Esse método, é hoje conhecido como "Catequese do Bom Pastor". Se quiser conhecer melhor este método, veja as suas páginas de divulgação no Estados Unidos e no Brasil. Em Portugal, infelizmente, ainda não está difundido. Fica aqui o convite aos nossos leitores - párocos e catequistas, para se aprofundarem e aplicarem o método nas suas catequeses.


Entre alguns desses escritos, destacamos "I bambini viventi nella chiesa" (As crianças vivas na igreja) de 1922. É uma obra revolucionária que revela a importância da educação religiosa na infância. Em Barcelona, em 1916, Maria Montessori, juntamente com um grupo de colaboradores, já tinha criado a primeira “Igreja das Crianças”, uma experiência científica sobre o desenvolvimento do sentimento religioso na infância. Desse livro evidenciamos a seguinte frase: "A criança é, por natureza, um ser religioso. Ela tem sede do absoluto, da ordem e da beleza. Não é preciso ensinar-lhe a amar a Deus: basta não impedi-la".

Há um outro livro que queremos colocar em evidência, e que é de uma beleza e profundidade extraordinárias: "La Santa Messa spiegata ai bambini" (A Santa Missa explicada às crianças). Publicado pela primeira vez em 1932, infelizmente, ainda não existe uma tradução oficial portuguesa, por isso, recomendamos vivamente ás editoras que o queiram fazer.

Este livro. é uma explicação catequética e simbólica da Missa para crianças, baseada em seu profundo respeito pela capacidade espiritual da infância. O livro utiliza linguagem simples, imagens simbólicas e elementos concretos para ajudar as crianças a compreenderem o mistério da liturgia. Reflete, não só a fé católica, mas também o método pedagógico de Maria Montessori, que valoriza a experiência sensível, o silêncio e a contemplação.

Da nossa parte, vamos tentar traduzi-lo da melhor forma, para que possa usado por pais, catequistas e escolas católicas, que queiram descobrir com as suas crianças o valor precioso e incalculável do Santo Sacrifício no altar na Santa Missa. Fiquem atentos aos próximos artigos, em que vamos publicar a tradução dos vários capítulos:

Prefácios e a Última Ceia

I - O significado da Santa Missa

II - O que é necessário para a Santa Missa

III - Introdução à Santa Missa

IV - A Missa dos Catecúmenos

V - A Missa dos fiéis.

Vale a pena lembrar que, em 1932 - data de publicação do livro, o Missal Romano em vigor na Igreja Católica, era o Missal de São Pio V, também conhecido como o Missal Tridentino. Este missal foi promulgado pelo Papa São Pio V em 1570, após o Concílio de Trento, como uma forma de uniformizar a liturgia romana em toda a Igreja Latina.

O Missal Romano só passou por uma reforma significativa após o Concílio Vaticano II (1962-1965). A reforma litúrgica do Vaticano II resultou na introdução do Missal de Paulo VI, que foi promulgado em 1969 e é o que usamos na maioria das igrejas católicas hoje.


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