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A Salvação da Família

  • Cláudia Pereira
  • há 1 dia
  • 6 min de leitura

Num artigo anterior, expliquei o que é uma família e qual a finalidade da família, mas agora gostava de refletir sobre o papel da família no projeto de Deus de salvação da humanidade, como podemos santificá-la e como nos santificarmos através dela.

família

O ser humano, não é apenas uma criatura completamente diferente dos outros animais; é também, uma criatura feita à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1, 27), e este, é que é o verdadeiro segredo que nos foi revelado por Deus. Revelado a todos, mas que infelizmente, apenas alguns acreditam.


O projeto de Deus para a humanidade

No Céu, já temos uma família à nossa espera. Uma família que começou com a Santíssima Trindade (Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo) e com os santos Anjos, mas que Deus quis aumentar, quando criou o homem à Sua imagem de semelhança e nos convidou a todos a sermos santos. Por isso, pensemos na família que somos, aqui na terra, como um “treino”, para a família que queremos ser no Céu.

Essa experiência de ser família na terra, é necessária porque o Céu tem de ser merecido. Não entra lá qualquer um. Por isso é que os anjos caídos, quando se transformaram em demónios, foram relegados ao inferno. Por isso é que, quando Adão e Eva pecaram, foram expulsos do paraíso terrestre. Temos de merecer o nosso lugar na família do Céu, mas para isso, temos de aprender a ser família na terra. Afinal de contas, alguém que se candidate a um lugar de piloto automóvel, não vai aprender a velejar, vai aprender a conduzir automóveis. Por isso, o nosso tempo, aqui na terra, é um tempo de aprendizagem e de sucessivos testes, para mostrarmos o quanto queremos e merecemos ir para o Céu.

Este é o projeto original de Deus para a humanidade. Um projeto em que Deus, que nos ama infinitamente, quer que nós, numa comunhão de amor com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, sejamos uma família no Céu.

 

O que correu mal?

Infelizmente, o pecado de Adão e Eva, trouxe graves consequências. Perdemos a graça especial que nos foi dada por Deus, que permitia que o ser humano fosse feito à imagem e semelhança de Deus, ou seja, sem mancha de pecado algum. Continuamos a ser uma imagem de Deus, mas uma imagem desfigurada pelo pecado, por essa razão, deixámos também de ser semelhante a Ele.

O pecado, introduziu no coração humano uma tendência forte ao egoísmo (o orgulho), ao amor desordenado por si mesmo (a vaidade), a usar e abusar dos outros, etc. Mas Deus não desistiu de nós. Ele nunca desiste dos Seus filhos.

Deus, tinha feito o homem à Sua imagem e semelhança, mas o homem (Adão) pecou e condenou a humanidade. Então, por nosso amor e misericórdia infinita, Deus encarnou, e Jesus Cristo fez-se à imagem homem, para salvar a humanidade.

Jesus, nasce então, numa família – a Sagrada Família, – para mais tarde criar uma família muito maior, a Igreja Católica, essa família alargada que nos prepara para a grande família do Céu.

 

E agora?

Agora, para voltarmos a ter a graça que Adão e Eva perderam, e voltarmos a ser feitos á semelhança de Deus, participando da sua divindade; temos de nos unir intimamente a Jesus Cristo, como uma esposa que se une intimamente ao seu esposo. Ou seja, todos os seres humanos são convidados a fazer aqui na terra, uma aliança de amor com Jesus Cristo. Uma espécie de noivado (cf. Mt 25, 1), que é o caminho para santidade, e que nos prepara para o matrimónio espiritual. A união final a Deus no Céu.

Deus é amor; e porque fomos feitos inicialmente á Sua imagem e semelhança, também nós, que temos uma alma feita por Deus, temos a capacidade de amar. Mas o pecado, degenerou essa capacidade de amar, tornando-a completamente desordenada. De maneira que, muitas vezes, amamos o que não devemos amar, e não amamos quem devíamos amar. Então, o objetivo de Jesus, é ensinar-nos a amar corretamente, á imagem e semelhança de Deus, de forma a elevar a nossa natureza, entorpecida pelo pecado, a uma natureza divina. Se amarmos verdadeiramente Jesus e amarmos como Ele, unimo-nos intimamente e Ele e seremos santos, fazendo parte, já aqui na terra, da família celeste.

 

A família é o veículo para a salvação

Quando perguntaram a Jesus:

«Qual é o maior mandamento que há na Lei?» Jesus responde: «Amarás o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente; tal é o maior e primeiro mandamento. O segundo é semelhante a este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. A estes dois mandamentos está ligada toda a Lei, bem como os Profetas» - (Mt 22, 37-40)

Quando formamos uma família através do matrimónio, que é a união agraciada entre um homem e uma mulher, estamos a cumprir estes dois mandamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a nós mesmos.

Quando formamos uma família através do matrimónio, estamos a amar a Deus sobre todas as coisas porque, é primeiramente numa aliança de amor com Deus, que damos continuidade ao Seu projeto original para a humanidade; e que vamos também amar o próximo como a nós mesmos, quando amamos o(a) nosso(a) esposo(a) e os nossos filhos, e zelamos para que, também eles se santifiquem. Por isso, é que os filhos são tão importantes no matrimónio.

A abertura do casal à vida e ao nascimento dos filhos, faz com que o casal, que recebeu uma graça especial no matrimónio, participe ativamente na execução do projeto original de Deus: Criar o ser humano para que ele seja feliz no Céu. Mas a missão não é só ter filhos. Não. É uma missão muito mais nobre, porque os pais têm também a oportunidade de os educar os filhos de Deus, e ajudá-los a alcançar a santidade. Na realidade, é uma verdadeira honra.

 

Então, o que dificulta tanto esta tarefa?

A família enfrenta constantemente ataques, vindos dos três inimigos da alma: o mundo, o demónio e a carne; mas sobretudo ataques direcionados à Criação e à Redenção, que são a base e a finalidade da família.

Disse o Senhor Deus:

«Não é bom que o homem esteja só: vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele». – Gn 2, 18

«Não é bom que o homem esteja só». O ser humano, foi criado originalmente por Deus Pai, para nascer, crescer, viver e morrer numa família; mas Jesus Cristo, quando fundou a Igreja Católica, elevou esta união entre o homem e a mulher a um patamar sagrado. Com a instituição do matrimónio, Jesus elevou a união entre o homem e a mulher, à qualidade de Sacramento, tornando essa união sagrada.

Então, os ataques que vemos à Criação, são ataques que visam destruir a sacralidade desta união, entre o homem e a mulher, e fruto sagrado dessa união, os seus filhos. Por isso, sempre que corrompemos a sacralidade desta união, estamos a pecar gravemente, logo, a comprometer a nossa salvação - a nossa Redenção.

O demónio, odeia Deus e a Sua Criação (os seres humanos), e como não pode vingar-se e atingir a família do Céu, ataca os Seus filhos, as famílias da terra. Porque se as famílias pecarem, não se santificam, e não se podem juntar á família do Céu.

 

A batalha final

São João Paulo II, deu ao Cardeal Caffarra, a missão de planear e estabelecer o Instituto Pontifício para os Estudos do Matrimónio e da Família. No início deste trabalho, o Cardeal escreveu uma carta à Irmã Lúcia, de Fátima, através de seu bispo, pois ele não tinha permissão para o fazer pessoalmente.

Diz o Arcebispo italiano: “Inexplicavelmente, como não esperava uma resposta, uma vez que apenas tinha pedido as suas orações, recebi uma longa carta com a sua assinatura, que se encontra agora nos arquivos do Instituto”

A carta diz o seguinte: “A batalha final entre o Senhor e o reino de Satanás será sobre o Matrimónio e a Família. Não tenhais medo – acrescentou - porque quem quer que trabalhe pela santidade do Matrimónio e da Família, será sempre combatido e contrariado de todas as formas, porque esta é a questão decisiva. Depois concluiu: “no entanto, Nossa Senhora já lhe esmagou a cabeça”.

Três anos depois da morte da Irmã Lúcia, o Cardeal Caffarra fez declarações à imprensa italiana: “Conversando também com João Paulo II, podíamos sentir que a família era o núcleo central, porque é o pilar da criação, a verdade da relação entre o homem e a mulher, entre as gerações. Se o pilar fundamental for danificado, todo o edifício se desmorona e estamos a ver isso agora, porque estamos neste ponto e sabemos disso".

“E fico comovido quando leio as melhores biografias do Padre Pio”, concluiu o cardeal, “sobre como este homem estava tão atento à santidade do matrimónio e à santidade dos esposos, mesmo com um rigor justificável por vezes”.



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