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O Antigo Testamento: Adão e Eva - Parte III

  • Cláudia Pereira
  • 10 de abr.
  • 4 min de leitura

Atualizado: há 6 dias


A Beata Ana Catarina Emmerick (em alemão: Anna Katharina Emmerich), nasceu em 8 de setembro de 1774 em Coesfeld e faleceu em 09 de fevereiro de 1824 em Dülmen na Alemanha. Foi uma freira agostiniana, grande mística e estigmatizada, elevada aos altares pelo Papa São João Paulo II a 3 de outubro de 2004.



Adão e Eva

Visões da Beata Catarina Emmerick


Parte III - Adão e Eva

Eu vi Adão ser criado, não no Paraíso, mas na região em que Jerusalém se situou posteriormente. Vi-o sair, brilhante e branco, de um monte de terra amarela, como se saísse de um molde. O sol brilhava e eu pensava (era apenas uma criança quando vi) que os raios de sol tinham tirado Adão do monte. Ele nasceu, por assim dizer, da terra virgem. Deus abençoou a terra e ela tornou-se a sua mãe.

Ele não saiu instantaneamente da Terra. Passou algum tempo antes de aparecer. Estava deitado na colina, do lado esquerdo, com o braço sobre a cabeça, e um leve vapor cobria-o como um véu. Vi um vulto do seu lado direito, e apercebi-me de que era Eva, que seria levada por Deus para junto dele, no Paraíso. Deus chamou-o. A colina abriu-se e Adão avançou suavemente. Não havia árvores à volta, apenas pequenas flores. Eu tinha visto também os animais, que saíam da terra em pura singeleza, as fêmeas separadas dos machos. E depois, vi Adão ser levado para o alto, para um jardim, para o Paraíso.

No Paraíso, Deus conduziu todos os animais à sua frente e deu-lhes nomes. Eles seguiam-no e brincavam à sua volta, pois tudo o servia antes de pecar. Todos os que ele nomeou, depois seguiram-no para a Terra. Eva ainda não tinha sido dele formada.

Vi Adão no Paraíso, entre as plantas e as flores, e não muito longe da fonte que brincava no seu centro. Ele estava a acordar, como se estivesse a dormir. Embora a sua pessoa se assemelhasse mais à carne do que ao espírito, era, no entanto, deslumbrantemente branco. Não se admirava com nada, nem se espantava com a sua própria existência. Andava por entre as árvores e os animais, como se estivesse habituado a todos eles, como um homem que inspeciona os seus campos.

Adão e Eva
Criação de Adão

Perto da árvore, junto à água, ergueu-se uma colina. Nela, vi Adão reclinado sobre o seu lado esquerdo, com a mão esquerda debaixo da bochecha. Deus fez cair sobre ele um sono profundo, e ele ficou arrebatado numa visão. Depois, do seu lado direito, do mesmo sítio em que o lado de Jesus foi aberto pela lança, Deus tirou Eva. Vi-a pequena e delicada. Mas rapidamente aumentou de tamanho até se tornar adulta. Era de uma beleza extraordinária. Se não tivesse havido o pecado, todos nasceriam da mesma maneira, num sono tranquilo.

A colina abriu-se e, do lado de Adão, surgiu uma rocha cristalina, aparentemente formada por pedras preciosas. Do lado de Eva, um vale branco coberto de algo parecido com um fino pólen branco.

Quando Eva foi formada, vi que Deus deu algo, ou permitiu que algo fluísse sobre Adão. Era como se da Divindade, aparentemente em forma humana, brotassem correntes de luz da testa, da boca, do peito e das mãos. Elas se uniram em um globo de luz, que entrou no lado direito de Adão, de onde Eva havia sido tirada. Só Adão a recebeu. Era o germe da Bênção de Deus, uma espécie de trindade. A Bênção que Abraão recebeu do anjo era uma só. Era de forma semelhante, mas não tão luminosa.

Eva levantou-se diante de Adão, e ele deu-lhe a mão. Eram como duas crianças indescritivelmente nobres e belas, perfeitamente luminosas, e revestidas de raios de luz como de um véu. Da boca de Adão vi sair uma larga corrente de luz cintilante, e na sua fronte havia uma expressão de grande majestade. À volta da sua boca passava um raio de sol, mas não havia nenhum à volta da boca de Eva. Vi o coração de Adão muito parecido com o dos homens de hoje, mas o seu peito estava rodeado de raios de luz. No meio do seu coração, vi uma auréola cintilante de glória. Nele havia uma figura minúscula como se segurasse algo na mão. Acho que simbolizava a Terceira Pessoa da Divindade. Das mãos e dos pés de Adão e Eva saíam raios de luz. Os seus cabelos caíam em cinco tranças brilhantes, duas nas têmporas, duas atrás das orelhas e uma na nuca.

Sempre pensei que, através das Chagas de Jesus, se abriram de novo no corpo humano portais fechados pelo pecado de Adão. Foi-me dado a entender que, Longinho (soldado que perfurou com a lança um dos lados de Jesus crucificado) abriu no Lado de Jesus a porta da regeneração para a vida eterna, pelo que ninguém entrou no Céu enquanto essa porta esteve fechada.

Os raios brilhantes na cabeça de Adão denotavam a sua abundante fecundidade, a sua glória, a sua ligação com outras radiações. E toda essa beleza resplandecente é restituída às almas e aos corpos glorificados. Os nossos cabelos, são restos da queda e da glória perdida, extinta; e assim como este nosso cabelo é para os raios de luz, assim é a nossa carne atual para aquela de Adão antes da Queda. Os raios de sol ao redor da boca de Adão referiam-se a uma descendência santa de Deus, que, se não fosse pela Queda, teria sido efetivada pela palavra falada.

Adão estendeu a mão a Eva. Deixaram o local encantador da criação de Eva e percorreram o Paraíso, olhando para tudo, alegrando-se com tudo. Aquele lugar era o mais alto do Paraíso. Tudo era mais radiante, mais resplandecente ali do que noutro lugar.


Leia o próximo capítulo das Revelações à Beata Ana Catarina Emmerick


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