O Antigo Testamento: A criação e Queda dos Anjos - Parte I
- Cláudia Pereira
- 8 de abr.
- 4 min de leitura
Atualizado: há 6 dias
A Beata Ana Catarina Emmerick (em alemão: Anna Katharina Emmerich), nasceu em 8 de setembro de 1774 em Coesfeld e faleceu em 09 de fevereiro de 1824 em Dülmen na Alemanha. Foi uma freira agostiniana, grande mística e estigmatizada, elevada aos altares pelo Papa São João Paulo II a 3 de outubro de 2004.
Introdução
Visões da Beata Catarina Emmerick
Veja o que a Irmã Ana Catarina Emmerick nos conta, sobre as suas visões da infância:
Quando, aos seis anos, refleti sobre o primeiro artigo do Credo dos Apóstolos: “Creio em Deus Pai Todo- Poderoso, Criador do Céu e da Terra”; passaram diante da minha alma inúmeras imagens da criação do Céu e da Terra. Vi a queda dos anjos, a criação da Terra e do Paraíso, de Adão e Eva, e a queda do homem.
Pensei que todos viam isto como vemos outras coisas ao nosso redor, e falei livremente sobre isto com os meus pais, irmãos, irmãs e colegas de brincadeira. Mas eles riram-se de mim. Perguntaram-me se eu tinha um livro que contivesse todas estas coisas, então, comecei a guardar silêncio sobre elas. Pensei, embora sem muita reflexão, que talvez não fosse apropriado falar sobre tais assuntos. Tive estas visões de noite e de dia, nos campos, em casa, sentada, caminhando, e quando estava envolvida em todos os tipos de atividades.
Um dia na escola, por acaso falei sobre a Ressurreição, descrevendo-a de forma diferente do que nos tinham ensinado. Eu tinha a certeza de que todos sabiam disto exatamente como eu. Não sonhava que havia algo de peculiar no meu relato, mas as as crianças olharam-me maravilhadas e riram, enquanto o professor me repreendeu gravemente e me advertiu para não me entregar a tais imaginações.
As minhas visões continuaram, mas guardei-as para mim. Eu era como uma criança que olhava um livro de imagens, explicando as imagens à sua maneira, mas sem pensar muito sobre o seu significado. As imagens representavam os santos ou cenas da História Sagrada, às vezes de uma maneira, às vezes de outra. Não produziram nenhuma mudança na minha fé, eram apenas o meu livro de imagens. Eu contemplava-as tranquilamente e sempre com um bom pensamento: Tudo para a maior Glória de Deus!
Nas coisas espirituais, nunca coloquei fé em nada, para além do que Deus, o Senhor, revelou à Igreja Católica para nossa crença, seja escrito ou não. Nunca dava muito crédito ao que via nas visões. Olhava para as visões, como olhava devotamente, aqui e ali, os diversos Presépios no Natal. Não me sinto incomodada com suas diferenças de estilo, pois em cada um adoro o mesmo querido Menino Jesus. E assim é com aquelas imagens da criação do Céu, da Terra e do homem. Nelas adoro Deus, o Senhor, o Todo-Poderoso Criador do Céu e da Terra.

A criação e Queda dos Anjos
Visões da Beata Catarina Emmerick
Parte I - A criação e Queda dos Anjos
Primeiramente, vi levantar-se diante dos meus olhos, um espaço ilimitado e luminoso, acima do qual, flutuava uma esfera resplandecente como um sol, e nela, senti que estava a Unidade da Trindade. Na minha mente eu chamava-a de Única Voz, e vi-a realizar os Seus efeitos. Abaixo do globo de luz, surgiram círculos concêntricos de coros de espíritos radiantes, maravilhosamente brilhantes, fortes e belos. Esse segundo mundo de luz, flutuava como um sol sob aquele Sol superior. No início, esses coros de espíritos moviam-se, como que impulsionados pela força do amor que vinha do sol mais elevado.
De repente, vi alguns deles pararem, extasiados na contemplação de sua própria beleza. Eles compraziam-se em si mesmos, buscavam a maior beleza em si mesmos, pensavam apenas em si mesmos, existiam apenas em si mesmos.
A princípio, todos se perderam em contemplação fora de si, mas logo alguns deles descansaram em si mesmos. Nesse instante, vi essa parte dos coros brilhantes ser atirada para baixo, com a sua beleza afundada na escuridão, enquanto os outros, aglomerando-se rapidamente, preencheram os seus lugares vagos. E agora os anjos bons ocupavam um espaço menor. Não os vi sair dos seus lugares para perseguir e combater os coros caídos. Os anjos maus, repousavam em si mesmos e caíam, enquanto os que não seguiam o seu exemplo se aglomeravam nos seus lugares vagos. Tudo isto foi instantâneo.
Depois, subindo de baixo para cima, vi um disco escuro, futura morada dos espíritos caídos. Vi que eles tomaram posse dele contra a sua vontade. Era muito mais pequeno do que a esfera de onde tinham caído, e eles pareciam-me estar muito amontoados.
Vi a Queda dos anjos na minha infância, e desde então, dia e noite, temia a sua influência. Pensava que eles deviam fazer muito mal à Terra, porque estão sempre à volta dela. Ainda bem que não têm corpo, senão ofuscariam a luz do Sol. Ver-los-íamos a flutuar à nossa volta como sombras.
Imediatamente, após a Queda, vi os espíritos nos círculos luminosos a humilharem-se perante Deus. Prestaram-Lhe homenagem e imploraram perdão para os anjos caídos. Nesse momento, vi um movimento na esfera luminosa em que Deus habitava. Até então, ela estava imóvel e, como eu sentia, à espera daquela oração.
Depois dessa ação por parte dos coros angélicos, senti-me segura de que eles permaneceriam firmes, que nunca se afastariam. Foi-me dado a conhecer que Deus, no Seu julgamento, na Sua sentença eterna contra os anjos rebeldes, decretou o reinado da contenda até que os seus tronos vagos fossem preenchidos. Mas encher esses tronos pareceu-me quase impossível, pois levaria muito tempo. A contenda será, no entanto, na Terra. Não haverá contenda lá em cima, porque Deus assim o ordenou.
Depois de ter recebido essa certeza, não pude mais simpatizar com Lúcifer, pois vi que ele havia se lançado por sua própria vontade livre e perversa. Também não podia sentir tanta raiva de Adão. Pelo contrário, senti grande simpatia por ele, porque pensei: Assim foi ordenado.
Leia o próximo capítulo das Revelações à Beata Ana Catarina Emmerick
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Que Deus vos proteja e abençoe por toda a eternidade.
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