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9.º Dia - O Sagrado Coração de Jesus desprezando as riquezas do mundo.

  • Cláudia Pereira
  • 8 de jun.
  • 10 min de leitura

Atualizado: há 5 dias


As reflexões de Santo Afonso Maria de Ligório sobre o Sagrado Coração de Jesus, foram escritas principalmente entre 1740 e 1770, e espalhadas por diversas obras suas, sempre com o foco no amor redentor e compassivo de Jesus Cristo. A recolha destes textos, surgiu depois, organizada pelo Padre Saint-Omer, redentorista, que os compilou num livro intitulado "O Sagrado Coração de Jesus segundo Santo Afonso Maria de Ligório", em 1874. São estas, as meditações que lhe apresentamos; textualmente transcritas, adaptadas apenas ao acordo ortográfico de 2009, para melhor compreensão do conteúdo e da forma.

Nestes e nos próximos artigos, para além das meditações guiadas para cada um dos dias do mês de JunhoMês do Sagrado Coração de Jesus – poderá encontrar também orações vocais, que deverá juntar à sua oração mental. Se não estiver familiarizado com o método de fazer oração mental, consulte o nosso guia prático para fazer oração mental.

Deixe-se guiar pelo Espírito Santo, e una o seu coração ao Sagrado Coração de Jesus.



9.º dia do Mês do Sagrado Coração de Jesus

O Sagrado Coração de Jesus Menino



Vamos ao Egito: aí encontraremos o Coração de Jesus desprezando as riquezas do mundo.

A riqueza de Deus é infinita e inexaurível, porque não depende de outro. A Sua riqueza é, Ele mesmo, o Bem Infinito. Eis porque dizia o rei David:

«Tu és o meu Deus, és o meu bem e nada existe acima de ti.» - Salmo 16(15), 1

Pois bem, este Deus tão rico, fez-se pobre para nos enriquecer.

«Irmãos: Conheceis a generosidade de Nosso Senhor Jesus Cristo: que, sendo rico, fez-Se pobre por vossa causa, para vos enriquecer com a sua pobreza.» - 2 Cor 8, 9

Sim, á bondade ao Coração de Jesus, competia mostrar a Sua predileção pela pobreza, para fazer reinar o desapego nos nossos corações, envaidecidos pelos bens deste mundo, que não são mais que lodo e pó. Nascido na pobreza, o Senhor foi pobre durante toda a sua vida, até indigente, conforme a expressão de S. Paulo.

Mas onde Ele sofreu principalmente de pobreza, foi no Egito. Quão digna de compaixão é a família exilada, que se vê obrigada a partir para o desterro sem recurso algum!

São Boaventura, compadecido, pensando em Maria e José, ao fazerem essa longa e penosa viagem, privados de tudo e levando em seus braços o santo Menino, que muito teve que sofrer por causa de sua pobreza, pergunta: “Onde encontravam eles alimento? Onde passavam a noite? Com que se podiam alimentar, senão com um pouco de pão duro? Onde podiam passar a noite no deserto, senão sobre a terra nua, ao relento ou debaixo de uma árvore? Ah! Quem encontrasse estes três grandes personagens no caminho, o que iriam pensar, senão, que eram três pobres mendigos? E no Egito, estrangeiros, sem parentes, sem amigos, o quanto não sofreram de indigência, durante os sete anos que lá passaram!”

Segundo São Basílio, só com grande custo é que eles arranjaram o necessário, pelo trabalho de suas mãos. São Ludolfo de Saxe afirma que, mais de uma vez, o Menino Jesus, apertado pela fome, pediu um pouco de pão à sua mãe, e Maria teve de responder que não tinha.

Não somente o nosso divino Salvador foi pobre, mas amou a pobreza e tanto a amou, que se pode dizer que ela era a esposa de predileção do Coração de Jesus. A pobreza não existia no céu, diz São Bernardo; ela abundava na terra, mas o homem ignorava o seu valor. Que faz o Filho de Deus? Amando esta pobreza desprezada, quis descer do Céu, para a desposar e torná-la preciosa. Nascendo pobre, o Seu objetivo foi levar-nos, pelo Seu exemplo, a desapegar os nossos corações dos bens terrenos, e consagrá-los inteiramente ao amor divino.

Todos nós somos viajantes na terra, onde estamos apenas de passagem, diz Santo Agostinho. Certamente, quem está num lugar só de passagem, não se apega a objeto algum, pois sabe que em breve vai deixar tudo. Ah! Se os homens não esquecessem que são viajantes neste mundo e que caminham para a eternidade, quem se apegaria aos bens de cá e se colocaria assim em perigo de perder os bens do céu? Para que servem os tesouros, as riquezas? Para que servem bens que não podem contentar o nosso coração? Que levaremos connosco na morte? O verdadeiro tesouro da alma é Deus. Ora, Deus não pode ser o tesouro da alma que conserva o apego desordenado aos bens da terra.

Eis a suplica do rei David:

«Criai em mim, ó Deus, um coração puro e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.» - Salmo 50(51), 12

Perca-se tudo o resto: só Deus me basta. Ó Deus de minha alma, ó Jesus, soberano Bem, feliz é a perda que sofremos, quando sacrificamos tudo para contentar o Vosso Coração, infinitamente mais amável que todos os bens!

Para fazer na prática

Para honrar a pobreza de Jesus, nada invejarei aos ricos, e se tiver alguma fortuna, não me apegarei a ela, mas farei numerosas obras de caridade.


Afetos e Súplicas

Sagrado Coração de Jesus, cheio de amor à pobreza e aos pobres, a Vossa vida ensina-me que nesta terra sou um apenas transeunte, e que a minha pátria é o Céu, que pelos Vossos merecimentos me conquistastes! Ah, meu Jesus, eu vivia na ingratidão para conVosco, porque pouco refletia no que fizestes e padecestes por mim.

Quando penso que Vós, Filho de Deus, passastes cá no mundo uma vida tão pobre, como é possível que eu ande atrás dos bens terrenos? Ó meu terno Redentor, permiti-me viver sempre unido a Vós na terra, para ter a felicidade de ficar unido conVosco no Céu, amar-Vos e gozar eternamente da Vossa presença. Esclarecei-me e aumentai a minha fé.

Bens, prazeres, dignidades, honras deste mundo, que é tudo isso, senão vaidade e loucura! Bem infinito, a única riqueza, o único tesouro verdadeiro, é possuir-Vos! Feliz aquele que Vos ama! Eu Vos amo, meu Jesus e só a Vós desejo. Vós quereis-me, e eu Vos quero.

Se tivesse mil reinos, a todos renunciaria de bom grado, para agradar o Vosso coração, porque sois o meu Deus e meu tudo. Se antigamente corri atrás das vaidades e dos gozos desta vida, agora detesto-os, e deploro minha cegueira. Meu amável Salvador, de agora em diante, sereis só vós, o meu contentamento, o meu amor, o meu tesouro.

Ó doce Virgem Maria, rogai por mim ao Coração de Jesus que tanto Vos ama: pedi-lhe que me enriqueça com o Seu santo amor, é tudo o que desejo.

 

Oração Jaculatória

  • Coração de Jesus, tirai de meu coração tudo o que não Vos agrada.


Paulo Rieu

Exemplo

Paulo Rieu, nascido de uma família pobre de Lozère, mostrou desde a infância, tanta piedade e inteligência, que o seu pároco se ofereceu logo para o preparar para o estudo do latim, para o estado eclesiástico.

Com oito anos, já ele exclamava:

«Oh! Que felicidade, se eu pudesse salvar muitas almas! ... Quão felizes são os padres, pois trabalham para dar o Céu!»

Mas Deus, que é admirável nos seus santos, quis afligir Paulo pela enfermidade. Este nobre menino, perdeu a vista aos dez anos. Pouco depois, perdeu seu pai e sua mãe, e ficou reduzido á condição de mendigo. Era o ano 1862. Desde então, e até ao dia da sua morte, Paulo - o Cego, - como lhe chamavam, não teve outro asilo que o hospital de Mende.

«Devo, - dizia ele, - renunciar á ideia de ser padre; mas não quero renunciar á de salvar as almas. Eu orarei, falarei, mendigarei para sua salvação.»

O pensamento de ser apóstolo, por meio da oração, tinha seduzido o seu coração: quantas orações dirigia ele ao Coração de Jesus, para a salvação das almas! As únicas palavras que o faziam exultar eram: Apostolado. oração, Coração de Jesus, Santa Igreja, Pio IX; e ouviam-no muitas vezes murmurar e repetir:

«Oh! Como é belo o Apostolado! Oh! O quanto faz bem!... Sim, Sim, quem ora é apostolo!... Quão feliz eu sou! Oremos, oremos; salvemos as almas!»

O seu diretor, declarou que ele rezava mais de quinhentas vezes por dia para a conversão dos pecadores. Pode dizer-se que sua vida era uma oração continua. Um dia, dizia ele ao seu confessor:

«Vós ides á missão. Como sois feliz! Eu, pobre cego, só posso rezar, mas vou fazê-lo ainda mais! O meu anjo não quer que eu durma; passo então as noites a rezar para a salvação das almas!»

Dizia um doente do hospital: «Que santo é este Paulo! Ele passa a noite em orações.» A 30 de Outubro de 1869, tendo caído gravemente enfermo, apressou-se a pedir os últimos sacramentos, assegurando que o dia de sua morte se aproximava. Paulo expirou tranquilamente a 15 de Novembro. Ouviu-se logo, de todas as partes, nas ruas e nas casas de Mande, a mesma palavra sair de todas as bocas: «O santo do hospital morreu.» Viveu apenas dezassete anos na terra.


Ladainha do Sagrado Coração de Jesus

Em 1899, o Papa Leão XIII aprovou esta Ladainha do Sagrado Coração de Jesus para uso público. A sua estrutura constitui, na verdade, uma síntese de várias outras litanias que remontam ao século XVII. A versão final, aprovada pela Sagrada Congregação para os Ritos, perfaz um total de 33 invocações ao Coração divino de Nosso Senhor, uma para cada ano de sua santíssima vida.

Quem recita devotamente esta oração lucra indulgências parciais (cf. Enchr. Indulg., conc. 22).


Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.


Jesus Cristo, ouvi-nos.

Jesus Cristo, atendei-nos.


Pai celeste, que sois Deus, tende piedade de nós.

Filho, Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.

Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.

Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.


Coração de Jesus, Filho do Pai eterno, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, de majestade infinita, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, templo santo de Deus, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, casa de Deus e porta do Céu, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, receptáculo de justiça e de amor, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, cheio de bondade e de amor, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, Rei e centro de todos os corações, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, no qual o Pai põe todas as suas complacências, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, de cuja plenitude todos nós participamos, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, desejo das colinas eternas, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, paciente e de muita misericórdia, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, rico para todos os que Vos invocam, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, fonte de vida e santidade, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, propiciação pelos nossos pecados, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, saturado de opróbrios, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, esmagado de dor por causa dos nossos pecados, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, feito obediente até a morte, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, trespassado pela lança, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, fonte de toda consolação, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, vítima dos pecadores, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, salvação dos que esperam em Vós , tende piedade de nós.

Coração de Jesus, esperança dos que morrem em vós, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, delícias de todos os santos, tende piedade de nós.


Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós, Senhor.


V. Jesus, manso e humilde de coração,

R. Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.


Oremos: Deus eterno e todo-poderoso, olhai para o Coração do Vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que Ele, em nome dos pecadores, Vos tem tributado; e, deixando-Vos aplacar, perdoai aos que imploram a vossa misericórdia, em nome de Vosso mesmo Filho, Jesus Cristo, que conVosco vive e reina na unidade do Espírito Santo. Amém.


Consagração ao Sagrado Coração de Jesus por Santa Margarida Maria Alacoque

Ó Sagrado Coração de Jesus, eu (dizer o seu nome)… dou-Vos e Vos consagro, a minha pessoa, a minha vida, as minhas ações, penas e sofrimentos, pois não quero servir-me de parte alguma do meu ser, senão para Vos honrar, amar e glorificar. É esta a minha vontade irrevogável: ser todo(a) Vosso(a) e fazer tudo por Vosso amor, renunciando de todo o meu coração, a tudo quanto Vos possa desagradar.

Ó Sagrado Coração de Jesus, sois o único objeto do meu amor, protetor da minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e da minha inconstância, reparador de todas as imperfeições da minha vida e o meu asilo seguro na hora da morte.

Ó Coração de bondade, sede a minha justiça diante de Deus, Vosso Pai, para que desvie de mim a Sua justa cólera.

Ó Coração de amor! Ponho toda a minha confiança em Vós, pois tudo temo da minha malícia e da minha fraqueza, mas tudo espero da Vossa bondade!

Destruí em mim, tudo que possa desagradar-Vos ou se oponha à Vossa vontade. Que o Vosso puro amor, seja tão profundamente impresso no meu coração, que eu jamais possa esquecer-Vos ou separar-me de Vós. Pela a Vossa bondade, suplico-Vos que o meu nome seja escrito no Vosso coração, pois quero que toda a minha felicidade e toda a minha glória, consistam em viver e morrer como Vosso escravo.

Amém.


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Que Deus vos proteja e abençoe por toda a eternidade.


Referência:

“O Sagrado Coração de Jesus segundo Santo Affonso de Ligório ou Meditações para o Mez do Sagrado Coração, a Hora Santa e a Primeira Sexta-feira do Mez” - Collegidas das obras do Santo Doutor pelo Padre Saint-Omer, Redemptorista. - Traducção portugueza feita da 83.º edição pelo Exmo. Revdmo. Sr. D. Joaquim Silvério de Souza, arcebispo de Diamantina. - São Paulo – 5.º edição - com aprovação eclesiástica e dos superiores da ordem. RATISBONA - Typographia de Frederico Püstet - Impressor da Santa Sé - 1926.

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