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8.º Dia - Meditações para o Mês do Sagrado Coração de Jesus

  • Cláudia Pereira
  • 8 de jun.
  • 11 min de leitura

Atualizado: 9 de jun.


Marie Mathilde Josephine de Nédonchel
Marie Mathilde Josephine de Nédonchel (1842-1867)

As reflexões de Santo Afonso Maria de Ligório sobre o Sagrado Coração de Jesus, foram escritas principalmente entre 1740 e 1770, e espalhadas por diversas obras suas, sempre com o foco no amor redentor e compassivo de Jesus Cristo. A recolha destes textos, surgiu depois, organizada pelo Padre Saint-Omer, redentorista, que os compilou num livro intitulado "O Sagrado Coração de Jesus segundo Santo Afonso Maria de Ligório", em 1874. São estas, as meditações que lhe apresentamos; textualmente transcritas, adaptadas apenas ao acordo ortográfico de 2009, para melhor compreensão do conteúdo e da forma.

Nestes e nos próximos artigos, para além das meditações guiadas para cada um dos dias do mês de JunhoMês do Sagrado Coração de Jesus – poderá encontrar também orações vocais, que deverá juntar à sua oração mental. Se não estiver familiarizado com o método de fazer oração mental, consulte o nosso guia prático para fazer oração mental.

Deixe-se guiar pelo Espírito Santo, e una o seu coração ao Sagrado Coração de Jesus.



8.º dia do Mês do Sagrado Coração de Jesus

O coração de Jesus Menino



Vamos ao Egito: ali encontraremos o Coração de Jesus destruindo os ídolos do mundo.

Diz-me, cruel Herodes: porque mandas matar, porque sacrificas tantos meninos inocentes? Para satisfazer a tua ambição de reinar? Responde-me: qual é a causa das tuas inquietações? Do que é que tem medo? Temes que o Menino recém-nascido te arrebate a coroa? Ah! Este Rei a quem temes, não veio combater os poderes da terra pela força das armas, veio reinar nos corações dos homens, sofrendo e morrendo por amor deles.

O inferno, que se servia da crueldade de Herodes para fazer morrer Jesus Cristo e aniquilar a obra da Redenção, foi vencido pelo mesmo meio que ele empregou para triunfar: porque a fuga de Jesus Cristo, veio começar a ruína do império do demónio no mundo. Por isso se refere, que quando o Salvador entrou no Egito, todos os ídolos desse país foram destruídos. Até então, o mundo tinha estado numa noite tenebrosa de ignorância e iniquidade. O verdadeiro Deus, só era conhecido num só ponto do globo terrestre, isto é, na Judeia. Fora dali, adoravam-se como divindades os demónios, as bestas e as pedras. Por toda parte reinava a noite do pecado que cega as almas, enche-as de vícios, impede-as de ver o miserável estado em que vivem, inimigas de Deus, condenadas ao inferno. Um espetáculo bem triste, para o Coração tão bom do divino Messias, que acabava de nascer!

Como Isaías tinha predito, o nosso Salvador quis começar, desde a Sua infância, a despojar o demónio do império que ele tinha sobre o homem.

«Juntei-me à minha mulher, a profetisa, que ficou grávida e deu à luz um filho. E o Senhor disse-me: «Chama-lhe: Pronto-para-o-saque-veloz-para-a-presa - Is 8, 3

Então, Jesus desceu ao Egito para abater esse tirano, e livrar os homens da desgraçada escravidão na qual gemiam, para que, saindo das trevas da morte e sacudindo o jugo odioso que os oprimia, pudessem conhecer a estrada da salvação e servirem o seu verdadeiro e legítimo Senhor, que os amava como pai; de escravos de Lucifer, queria fazê-los Seus filhos muito amados.

Isaías tinha predito também, que na vinda do nosso divino Redentor, a terra deserta e sem caminho, se regozijaria e floresceria como o lírio.

«Alegrem-se o deserto e o descampado, rejubile e floresça a terra árida, cubra-se de flores como o narciso, exulte com brados de alegria.» - Is 35, 1

O profeta, falava assim dos idolatras, que estavam no Egito. O seu país era como uma terra deserta, onde não se encontravam homens dignos de ser chamados adoradores do verdadeiro Deus, mas apenas escravos do demónio. Era uma terra deserta e sem caminho, porque estes desgraçados ignoravam o caminho do Céu.

Oh! como o Egito, esta terra desgraçada, se deve ter regozijado, sentindo vir até si o Coração do seu Deus, que se compadecia da sua miséria, e que queria socorrê-la antes de todas as outras nações! Um dia ela ver-se-á coberta de servos do verdadeiro Deus, fortalecidos pela graça, contra todos os inimigos da salvação; ela florescerá como o lírio pela pureza dos costumes e o bom odor das virtudes. Ditoso país, por ter recebido, em recompensa da sua hospitalidade, as primeiras graças do Coração de Jesus!

Quanto a nós, que temos a felicidade de ter nascido depois da redenção e no seio da verdadeira religião, não paramos de pedir a graça de amarmos Jesus com todo o nosso coração, porque quando o amor de Jesus entra na alma, todos os ídolos das afeições terrenas desaparecem dela. O amor divino, despoja-nos de tudo. Um grande servo de Deus dizia: O amor para com Deus, é um amável roubador, que nos despoja de todas as coisas terrestres.

Um certo amigo de Deus, tinha distribuído aos pobres tudo o que possuía: perguntaram-lhe um dia, quem o tinha reduzido a tão grande desapego e pobreza. Tirando logo do seu alforge, o livro dos evangelhos, disse: “Eis aqui, Aquele que me tirou tudo.” Numa palavra: Jesus Cristo. Sendo o primeiro a dar-nos o seu Coração, quer, e com razão, possuir sozinho, o nosso. Ele não consente rivais.

Santo Agostinho refere, que o senado romano recusou a adoração a Jesus Cristo, sob pretexto, de que Ele era um Deus soberbo, que quer ser exclusivamente honrado, sem consentir que um outro ídolo seja honrado com Ele. De facto, como Jesus é o nosso único Senhor, é com toda a justiça que pretende ser o único objeto das nossas adorações e do nosso mais puro amor.

O ídolo que uma alma devota do Sagrado Coração deve abater, é, antes de tudo, o amor próprio, que se insinua por toda a parte, - até nas coisas mais santas, - centrando-nos sem cessar na nossa própria glória ou na nossa própria satisfação. Este inimigo detestável, faz-nos perder o merecimento das nossas mais belas obras. Portanto, é necessário combatê-lo sem parar, contrariando os nossos gostos e inclinações; por exemplo: privando-nos de algum divertimento, - mesmo que gostemos muito dele; prestando serviço a tal pessoa, - mesmo quando não gostamos muito dela; e usando, para nos corrigir, os meios indicados pelo confessor, - mesmo que nos repugnem esses mesmos meios.

Para fazer na prática

Não cessarei, em todas as minhas orações, de pedir ao Sagrado Coração de Jesus, o grande dom do amor divino. Quando possuir este tesouro, verei a minha alma despir-se pouco a pouco dos seus defeitos, e enriquecer-se com as mais belas virtudes.


Afetos e Súplicas

Amadíssimo Redentor meu, quem me dera possuir os corações de todos os homens, e com todos eles, Vos amar o quanto mereceis! Ó Deus de amor, porque é que há tão poucos que Vos amem nesta terra, na qual derramastes todo o Vosso sangue por amor aos homens?

Disse Jesus aos seus discípulos: 

«Eu vim trazer o fogo à terra, e que quero Eu, senão que ele se acenda?» - Lc 12, 49

Então, eu Vos peço, que abraseis o meu coração no Vosso amor e o de todos os que estão sobre a terra. Ó Deus, todo bondade, todo amor! Ó amabilidade suprema! Ó amor infinito, fazei-Vos conhecer, fazei-Vos amar por todos os homens.

É verdade que no passado, mais do que todos os outros, eu fiz pouco caso do Vosso amor; mas hoje, esclarecido pela Vossa luz, e ferido por tantos dardos de amor que me lançastes do Vosso coração ardente de ternura, não quero mais pagar-Vos com ingratidão, como fiz no passado. Pelo contrário, quero amar-Vos com todas as minhas forças, quero ser todo abrasado de amor por Vós; este é o meu único desejo. Não busco, nem as consolações nem as doçuras do vosso amor porque não sou digno delas, nem Vo-las peço; basta-me ter p Vosso amor. Oh! Eu Vos amo, meu soberano Bem! Eu Vos amo, meu Deus, meu tudo!

Ó Maria, minha esperança, rogai por mim, e atraí-me ao amor do Coração de Jesus.

 

Oração Jaculatória

  • Coração de Jesus, recebei-me junto dos Vossos servos mais devotos.


Exemplo

Marie Mathilde Josephine de Nédonchel, cognominada de “O anjo de Jesus”, merece que seu nome seja conhecido por todos os amigos do Coração de Jesus. Desde menina, ela se empenhou com a Santíssima Virgem, para que a preparasse para a primeira comunhão. Jesus esperava esta bendita hora, para Se manifestar inteiramente a esta alma delicada.

A primeira comunhão de Mathilde, uniu para sempre o seu coração ao Coração do meigo Senhor, cujos atrativos ela descobriu logo no Sacramento do amor. Nada mais celeste do que sua conversação; pois fora de Jesus, não conhecia nada, ou antes, nada queria conhecer, e resumia tudo em Jesus.

As pessoas encarregadas da sua educação, não ignoravam os atrativos de seu coração. Quando queriam exercita-la em produções literárias, davam-lhe Jesus e o seu amor como tema. Então, a sua pena corria para contar as maravilhas do seu Amado. Dizia-se que ela escrevia como um anjo.

Na Eucaristia, o amor de Jesus consumia Mathilde. As comunhões frequentes eram, ao mesmo tempo, as suas delícias e seu tormento, porque a sua humildade era tão grande que, só com temor, ela se aproximava do Deus que a atraía tão irresistivelmente a si. Quando orava diante do Santíssimo Sacramento exposto, depressa lágrimas abundantes inundavam seu rosto, fazendo ela o que podia para as ocultar. O pensamento de uma comunhão sacrílega fazia-a tremer, e estava pronta a dar alegremente a vida para poupar Jesus deste ultraje.

Este amante Salvador, quis que a sua fiel serva deixasse a vida oculta, para chamar as almas á devoção do Seu adorável Coração. Ela mostrou-se tão zelosa em propagar a Guarda de honra do Coração de Jesus, que mereceu e recebeu o título de primeira zeladora, para toda a Bélgica. Tournai, foi o principal foco do seu zelo. Num ano, ela chegou a inscrever oito mil associados. Enquanto Mathilde se comprazia a propagar a devoção ao adorável Sagrado Coração de Jesus, este divino Senhor, acabava de aperfeiçoar esta alma, que ele não tardaria a arrebatar á terra.

Em 1867, ela partiu para Roma com seu pai. Ver Pio IX, o Pontífice amadíssimo do Coração de Jesus e de Maria Imaculada, que felicidade para Mathilde! Afirma-se, que ela se ofereceu como vítima para a liberdade do Santo Padre. Sem dúvida, esta oferenda agradou muito ao Coração de Jesus, porque poucos dias depois de sua chegada a Roma, Mathilde foi acometida pela enfermidade que a levou para o Céu, com 26 anos, tendo sido na terra modelo completo de virgem cristã.


Ladainha do Sagrado Coração de Jesus

Em 1899, o Papa Leão XIII aprovou esta Ladainha do Sagrado Coração de Jesus para uso público. A sua estrutura constitui, na verdade, uma síntese de várias outras litanias que remontam ao século XVII. A versão final, aprovada pela Sagrada Congregação para os Ritos, perfaz um total de 33 invocações ao Coração divino de Nosso Senhor, uma para cada ano de sua santíssima vida.

Quem recita devotamente esta oração lucra indulgências parciais (cf. Enchr. Indulg., conc. 22).


Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.


Jesus Cristo, ouvi-nos.

Jesus Cristo, atendei-nos.


Pai celeste, que sois Deus, tende piedade de nós.

Filho, Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.

Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.

Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.


Coração de Jesus, Filho do Pai eterno, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, de majestade infinita, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, templo santo de Deus, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, casa de Deus e porta do Céu, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, receptáculo de justiça e de amor, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, cheio de bondade e de amor, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, Rei e centro de todos os corações, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, no qual o Pai põe todas as suas complacências, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, de cuja plenitude todos nós participamos, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, desejo das colinas eternas, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, paciente e de muita misericórdia, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, rico para todos os que Vos invocam, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, fonte de vida e santidade, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, propiciação pelos nossos pecados, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, saturado de opróbrios, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, esmagado de dor por causa dos nossos pecados, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, feito obediente até a morte, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, trespassado pela lança, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, fonte de toda consolação, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, vítima dos pecadores, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, salvação dos que esperam em Vós , tende piedade de nós.

Coração de Jesus, esperança dos que morrem em vós, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, delícias de todos os santos, tende piedade de nós.


Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós, Senhor.


V. Jesus, manso e humilde de coração,

R. Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.


Oremos: Deus eterno e todo-poderoso, olhai para o Coração do Vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que Ele, em nome dos pecadores, Vos tem tributado; e, deixando-Vos aplacar, perdoai aos que imploram a vossa misericórdia, em nome de Vosso mesmo Filho, Jesus Cristo, que conVosco vive e reina na unidade do Espírito Santo. Amém.


Consagração ao Sagrado Coração de Jesus por Santa Margarida Maria Alacoque

Ó Sagrado Coração de Jesus, eu (dizer o seu nome)… dou-Vos e Vos consagro, a minha pessoa, a minha vida, as minhas ações, penas e sofrimentos, pois não quero servir-me de parte alguma do meu ser, senão para Vos honrar, amar e glorificar. É esta a minha vontade irrevogável: ser todo(a) Vosso(a) e fazer tudo por Vosso amor, renunciando de todo o meu coração, a tudo quanto Vos possa desagradar.

Ó Sagrado Coração de Jesus, sois o único objeto do meu amor, protetor da minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e da minha inconstância, reparador de todas as imperfeições da minha vida e o meu asilo seguro na hora da morte.

Ó Coração de bondade, sede a minha justiça diante de Deus, Vosso Pai, para que desvie de mim a Sua justa cólera.

Ó Coração de amor! Ponho toda a minha confiança em Vós, pois tudo temo da minha malícia e da minha fraqueza, mas tudo espero da Vossa bondade!

Destruí em mim, tudo que possa desagradar-Vos ou se oponha à Vossa vontade. Que o Vosso puro amor, seja tão profundamente impresso no meu coração, que eu jamais possa esquecer-Vos ou separar-me de Vós. Pela a Vossa bondade, suplico-Vos que o meu nome seja escrito no Vosso coração, pois quero que toda a minha felicidade e toda a minha glória, consistam em viver e morrer como Vosso escravo.

Amém.


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Que Deus vos proteja e abençoe por toda a eternidade.


Referência:

“O Sagrado Coração de Jesus segundo Santo Affonso de Ligório ou Meditações para o Mez do Sagrado Coração, a Hora Santa e a Primeira Sexta-feira do Mez” - Collegidas das obras do Santo Doutor pelo Padre Saint-Omer, Redemptorista. - Traducção portugueza feita da 83.º edição pelo Exmo. Revdmo. Sr. D. Joaquim Silvério de Souza, arcebispo de Diamantina. - São Paulo – 5.º edição - com aprovação eclesiástica e dos superiores da ordem. RATISBONA - Typographia de Frederico Püstet - Impressor da Santa Sé - 1926.

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