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«No mesmo instante o homem ficou são» - 1-04-2025

  • Cláudia Pereira
  • 1 de abr.
  • 6 min de leitura

Jesus cura paralítico da piscina de Betzatá - Jo 5, 1-16
Jesus cura paralítico da piscina de Betzatá - Jo 5, 1-16

LITURGIA DA PALAVRA


LEITURA I - Ez 47, 1-9.12

«Vi a água sair do templo e todos aqueles a quem chegou esta água foram salvos»


Leitura da Profecia de Ezequiel

Naqueles dias, o Anjo reconduziu-me à entrada do templo. Debaixo do limiar da porta saía água, em direção ao Oriente, pois a fachada do templo estava voltada para o Oriente. As águas corriam da parte inferior, do lado direito do templo, ao sul do altar.

O Anjo fez-me sair pela porta setentrional e contornar o templo por fora, até à porta exterior, que está voltada para o Oriente. As águas corriam do lado direito. Depois saiu na direção do Oriente com uma corda na mão; mediu mil côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me aos tornozelos. Mediu outros mil côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me aos joelhos. Mediu ainda mil côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me à cintura. Por fim, mediu mais mil côvados: era uma torrente que eu não podia atravessar. As águas tinham aumentado até se perder o pé, formando um rio impossível de transpor.

Disse-me então o Anjo: «Viste, filho do homem?» E fez-me voltar para a margem da torrente. Quando cheguei, vi nas margens da torrente uma grande quantidade de árvores, de um e outro lado. O Anjo disse-me: «Esta água corre para a região oriental, desce até Arabá e entra no mar, para que as suas águas se tornem salubres. Em toda a parte aonde chegar esta torrente, todo o ser vivo que nela se move terá novo alento e o peixe será muito abundante. Porque aonde esta água chegar, tornar-se-ão sãs as outras águas e haverá vida por toda a parte aonde chegar esta torrente.

À beira da torrente, nas duas margens, crescerá toda a espécie de árvores de fruto: a sua folhagem não murchará, nem acabarão os seus frutos. Todos os meses darão frutos novos, porque as águas vêm do santuário. Os frutos servirão de alimento e as folhas de remédio».


Palavra do Senhor.

T: Demos graças a Deus.


Explicação da Leitura I:

Celebraremos hoje uma liturgia baptismal: partindo do sinal da água (as duas leituras e o salmo) e através dele, somos iluminados sobre a significação última do banho baptismal. Para o povo no exílio no tempo de Ezequiel, o templo era, no centro do universo, sinal da presença de Deus. A água é a fonte da vida, da ressurreição, e Jesus dirá que ela é sinal do Espírito Santo. Isto ela o é no Batismo, que na cidade de Deus, a Igreja, é como um rio que irriga e faz participar na vida de Cristo ressuscitado, pela força do Espírito Santo.


SALMO RESPONSORIAL

Salmo 45 (46), 2-3.5-6.8-9 (R. 8)

Refrão: O Senhor do Universo está connosco, o Deus de Jacob é a nossa fortaleza.


  1. Deus é o nosso refúgio e a nossa força,

    auxílio sempre pronto na adversidade.

    Por isso nada receamos, ainda que a terra vacile

    e os montes se precipitem no fundo do mar. O Senhor do Universo está connosco, o Deus de Jacob é a nossa fortaleza.

  2. Os braços dum rio alegram a cidade de Deus,

    a mais santa das moradas do Altíssimo.

    Deus está no meio dela e a torna inabalável,

    Deus a protege desde o romper da aurora. O Senhor do Universo está connosco, o Deus de Jacob é a nossa fortaleza.

  3. O Senhor dos Exércitos está connosco,

    o Deus de Jacob é a nossa fortaleza.

    Vinde e contemplai as obras do Senhor,

    as maravilhas que realizou na terra. O Senhor do Universo está connosco, o Deus de Jacob é a nossa fortaleza.



ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO - Salmo 50 (51), 12a.14a

Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Palavra do Pai.

Criai em mim, Senhor, um coração puro, dai-me de novo a alegria da vossa salvação. Refrão


EVANGELHO - Jo 5, 1-3a.5-16

«No mesmo instante o homem ficou são»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém. Existe em Jerusalém, junto à porta das ovelhas, uma piscina, chamada, em hebraico, Betsatá, que tem cinco pórticos.

Ali jazia um grande número de enfermos, cegos, coxos e paralíticos. Estava ali também um homem, enfermo havia trinta e oito anos. Ao vê-lo deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, Jesus perguntou-lhe: «Queres ser curado?» O enfermo respondeu-Lhe: «Senhor, não tenho ninguém que me introduza na piscina, quando a água é agitada; enquanto eu vou, outro desce antes de mim». Disse-lhe Jesus: «Levanta-te, toma a tua enxerga e anda». No mesmo instante o homem ficou são, tomou a sua enxerga e começou a caminhar.

Ora aquele dia era sábado. Diziam os judeus àquele que tinha sido curado: «Hoje é sábado: não podes levar a tua enxerga». Mas ele respondeu-lhes: «Aquele que me curou disse-me: ‘Toma a tua enxerga e anda’». Perguntaram-lhe então: «Quem é que te disse: ‘Toma a tua enxerga e anda’». Mas o homem que tinha sido curado não sabia quem era, porque Jesus tinha-Se afastado da multidão que estava naquele local.

Mais tarde, Jesus encontrou-o no templo e disse-lhe: «Agora estás são. Não voltes a pecar, para que não te suceda coisa pior». O homem foi então dizer aos judeus que era Jesus quem o tinha curado. Desde então os judeus começaram a perseguir Jesus, por fazer isto num dia de sábado.


S: Palavra da salvação.

T: Glória a Vós Senhor.


Explicação do Evangelho:

Movido pelo Espírito da Ressurreição, o homem, desde longa data enfermo, é liberto do pecado, fica são pela vida que Jesus lhe comunica, e assim curado, libertado, perdoado, ressuscitado em Jesus - que é e dá a Vida - caminha são, e é convidado a não mais pecar.


Meditação

O Evangelho de hoje, tirado de São João, nos fala da cura de um paralítico na Piscina Probática, ou Piscina das Ovelhas.

Pois bem, aqui vemos um contexto de pessoas debilitadas, e a interpretação mística desse Evangelho é que a piscina, rodeada por cinco pórticos, simboliza o Batismo. Os cinco pórticos nos recordam as cinco chagas de Nosso Senhor, ou seja, trata-se da força que brota da Paixão de Cristo para nos salvar. Mas nos salvar de quê?

Na lista desse Evangelho, encontram-se os enfermos numa graduação: há cegos, há coxos e há paralíticos. Os cegos são as pessoas que estão na ignorância, ou seja, as pessoas que são fracas de entendimento e de compreensão, isto é, que ainda não compreenderam a verdade da fé. Os coxos são aqueles que, na sua prática do dia a dia, ou seja, na sua atitude, no seu jeito de se comportar, são claudicantes e mancos, isto é, que até realizam obras boas de vez em quando, mas são inconstantes, mancos, dificilmente perseverantes nas boas obras. Finalmente, há os paralíticos. São os casos mais graves, em que não há somente ignorância, não há somente a fraqueza de quem não persevera nas boas obras; na verdade, há uma verdadeira paralisia da vida espiritual. Por isso não vão para a frente.

Pois bem, vemos aqui que entre os seres humanos há certa graduação, uma forma diferente de se comportar diante de Deus, cada uma com a sua gravidade, cada uma com a sua história pessoal. No entanto, Jesus se apresenta a todos porque quer realmente nos curar.

Por isso, tomemos aqui o caso mais grave, o do paralítico, não nas pernas, mas até mesmo de iniciativa. Lá estava ele, um pobre homem paralítico, esperando sem saber mais o que esperava. É interessante ver que Jesus lhe pergunta: “Queres ser curado?”, e ele responde já mostrando desespero e falta de esperança, como quem diz: “Querer até queria, mas não vai dar certo, porque alguém sempre vai antes de mim, alguém sempre é mais rápido”. Assim, o homem já reconhece a derrota antes mesmo de começar a empreitada! Mas Jesus faz a cura.

O que há de estranho nessa cura é que Jesus não pede ao homem fé; Jesus, simplesmente por iniciativa, de “motu proprio”, cura o homem. Depois, quando o homem é interrogado por estar carregando a cama, lhe perguntam: “Quem te fez isso?”, e ele diz: “Eu não sei”.

É estranhíssimo que o homem não conheça Jesus e não tenha dado o passo da fé! Mas Jesus fez essa cura exatamente para nós. As curas de Jesus são sinais para levar-nos à fé, para que nós compreendamos.

Nós, ignorantes por não conhecer Jesus; coxos, por falta de perseverança; paralíticos, totalmente sem energia para sair do lugar, precisamos dele. Nós precisamos do Cristo, e Ele quer entrar na nossa vida e agir em nós.

Se estamos de braços cruzados, esperando sem esperança, que Ele entre em nossas vidas para, com a sua graça, nos curar da nossa ignorância, da nossa inconstância e da nossa paralisia.


Padre Paulo Ricardo. "Reconheça sua ignorância, inconstância e paralisia" in Homilia Diária de 21-03-2023


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