«Vai, que o teu filho vive.» - 31-03-2025
- Cláudia Pereira
- 31 de mar.
- 11 min de leitura

RITO INICIAL
S: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
T: Ámen.
S: A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.
T: Bendito seja Deus, que nos reuniu no amor de Cristo.
ACTO PENITENCIAL
S: Irmãos: Para celebrarmos dignamente os santos mistérios, reconheçamos que somos pecadores. Confessemos os nossos pecados.
T: Confesso a Deus todo-poderoso e a vós irmãos, que pequei muitas vezes por pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha culpa, minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos Anjos e Santos, e a vós, irmãos, que rogueis por mim a Deus, Nosso Senhor.
S: Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
T: Ámen.
INVOCAÇÕES Kýrie, eléison
S: Senhor, tende piedade de nós.
T: Senhor, tende piedade de nós.
S: Cristo, tende piedade de nós.
T: Cristo, tende piedade de nós.
S: Senhor, tende piedade de nós.
T: Senhor, tende piedade de nós.
ORAÇÃO COLECTA
S: Senhor nosso Deus, que renovais o mundo com admiráveis sacramentos, fazei que a vossa Igreja se enriqueça sempre mais com estes benefícios eternos e nunca lhe faltem os auxílios temporais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
LITURGIA DA PALAVRA
LEITURA I - Is 65, 17-21
«Nunca mais se hão de ouvir vozes de pranto nem gritos de angústia»
Leitura do Livro de Isaías
Assim fala o Senhor: «Eu vou criar os novos céus e a nova terra e não mais se recordará o passado, nem voltará de novo ao pensamento. Haverá alegria e felicidade eterna por aquilo que Eu vou criar: vou fazer de Jerusalém um motivo de júbilo e do seu povo uma fonte de alegria. Exultarei por causa de Jerusalém e alegrar-Me-ei por causa do meu povo. Nunca mais se hão de ouvir nela vozes de pranto nem gritos de angústia. Já não haverá ali uma criança que viva só alguns dias, nem um velho que não complete o número dos seus anos, porque o mais novo morrerá centenário e quem não chegar aos cem anos terá incorrido em maldição. Construirão casas e habitarão nelas; plantarão vinhas e comerão os seus frutos».
Palavra do Senhor.
T: Demos graças a Deus.
Explicação da Leitura I:
Com esta semana, começa a segunda parte da Quaresma. Embora, do ponto de vista litúrgico, não se pretenda estabelecer uma divisão deste tempo em dois, o facto é que nestas últimas semanas, com a aproximação da Páscoa, se intensifica a preparação para este termo. A partir de hoje leremos, de maneira contínua e até ao fim do Tempo Pascal, o Evangelho de S. João. A liturgia da palavra sublinha fortemente a perspectiva pascal: a Páscoa de Jesus é a nova criação, a passagem a “novos céus e nova terra”, onde os mais ambiciosos desejos humanos encontrarão a sua realização, se eles forem segundo a vontade de Deus, que tem alegria no seu povo renovado. E o salmo, que será de novo cantado na Vigília pascal, desde já dá graças pela libertação da morte. Assim, a Quaresma orienta-se claramente para a Ressurreição.
SALMO RESPONSORIAL
Salmo 29 (30), 2 e 4.5-6.11 e 12a e 13b (R. 2a)
Refrão: Eu Vos louvarei, Senhor, porque me salvastes.
Eu Vos glorifico, Senhor, porque me salvastes
e não deixastes que de mim
se regozijassem os inimigos.
Tirastes a minha alma da mansão dos mortos,
vivificastes-me para não descer ao túmulo. Eu Vos louvarei, Senhor, porque me salvastes.
Cantai salmos ao Senhor, vós os seus fiéis,
e dai graças ao seu nome santo.
A sua ira dura apenas um momento
e a sua benevolência a vida inteira. Eu Vos louvarei, Senhor, porque me salvastes.
Ao cair da noite vêm as lágrimas
e ao amanhecer volta a alegria.
Ouvi, Senhor, e tende compaixão de mim,
Senhor, sede Vós o meu auxílio.
Vós convertestes em júbilo o meu pranto:
Senhor meu Deus, eu Vos louvarei eternamente. Eu Vos louvarei, Senhor, porque me salvastes.
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO - Am 5, 14
Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Sabedoria do Pai.
Buscai o bem e não o mal, para que vivais, e o Senhor estará convosco. Refrão
EVANGELHO - Jo 4, 43-54
«Vai, que o teu filho vive»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, Jesus saiu da Samaria e foi para a Galileia. Ele próprio tinha declarado que um profeta nunca era apreciado na sua terra. Ao chegar à Galileia, foi recebido pelos galileus, porque tinham visto quanto Ele fizera em Jerusalém, por ocasião da festa, a que também eles tinham assistido.
Jesus voltou novamente a Caná da Galileia, onde convertera a água em vinho. Havia em Cafarnaum um funcionário real cujo filho se encontrava doente. Quando ouviu dizer que Jesus viera da Judeia para a Galileia, foi ter com Ele e pediu-Lhe que descesse a curar o seu filho, que estava a morrer.
Jesus disse-lhe: «Se não virdes sinais e prodígios, não acreditareis». O funcionário insistiu: «Senhor, desce, antes que meu filho morra».
Jesus respondeu-lhe: «Vai, que o teu filho vive». O homem acreditou nas palavras que Jesus lhe tinha dito e pôs-se a caminho. Já ele descia, quando os servos vieram ao seu encontro e lhe disseram que o filho vivia. Perguntou-lhes então a que horas tinha melhorado. Eles responderam-lhe: «Foi ontem à uma da tarde que a febre o deixou». Então o pai verificou que àquela hora Jesus lhe tinha dito: «O teu filho vive». E acreditou, ele e todos os de sua casa. Foi este o segundo milagre que Jesus realizou, ao voltar da Judeia para a Galileia.
S: Palavra da salvação.
T: Glória a Vós Senhor.
Explicação do Evangelho:
A cura de que fala o Evangelho é apresentada por S. João, (diferentemente dos Sinópticos), como um “sinal”, sinal de que Jesus é a Vida e fonte da Vida. Mas não é Ele o Verbo por quem tudo foi feito? É também Ele por quem agora tudo é refeito como nova criação, anunciada na leitura anterior.
Meditação
Tendo passado mais da metade da Quaresma, agora iniciamos um tempo forte de preparação para a Páscoa, no qual iremos ler sistematicamente o evangelho de São João. A Igreja reserva o evangelho de João para os tempos fortes do ano litúrgico, e no capítulo 4 vemos o segundo sinal de Jesus, que faz um milagre através da fé de um pagão.
Aqui precisamos colocar as coisas em contexto. Em primeiro lugar, Jesus foi até Jerusalém, onde Ele encontrou pessoas que viviam ao redor do Templo. Santo Tomás de Aquino nota uma coisa interessante: os judeus tinham uma dignidade maior que a do povo da Galiléia; portanto, tendo maior dignidade — humanamente falando —, estavam infelizmente mais distantes de Deus.
A dificuldade dos judeus de crer em Jesus era muito grande. Jesus foi a Jerusalém e ali expulsou os vendilhões do Templo. Subindo para a Galiléia, Jesus passa pela Samaria e encontra samaritanos, que são menos dignos ainda do que os galileus. Ou seja: na hierarquia humana, os judeus eram nobres; os galileus, menos nobres; os samaritanos, quase um nada, pois eram sincretistas.
É interessante notar que, quanto mais baixa a pessoa, mais positiva era sua reação com relação a Jesus. Na Samaria, Jesus fala a uma samaritana, e as pessoas imediatamente se convertem. Agora, Jesus chega novamente à terra onde cresceu, na Galiléia, e se encontra com um pagão que vem lhe pedir um milagre.
Jesus, que vê que os galileus não crerão se não virem um milagre, se comove diante da fé de um homem pagão. Eis novamente a hierarquia: os judeus, nobres, nada aceitaram; os galileus, menos importantes, aceitaram alguma coisa; os samaritanos, sincretistas, se converteram; e, agora, vemos um pagão com fé fulgurante!
O que esse Evangelho nos ensina? Que nós, para fazer um ato de fé, precisamos nos humilhar. Sim, se formos arrogantes e soberbos diante de Deus, não o iremos compreender; mesmo que Ele faça milagres, não iremos ouvir a sua voz.
Então, precisamos nos dar conta de que nós, humildemente, precisamos nos rebaixar diante de Deus e meditar, pensar e rezar para que Ele ilumine o nosso mundo interior e nós finalmente possamos crer — e crer plenamente — no que o Senhor faz para nós. Se não tivermos a humildade de meditar, de ruminar, de ver, na nossa vida do dia a dia, os favores de Deus, não creremos, não teremos fé.
Jesus realiza sinais. No evangelho de João, a primeira parte é o “livro dos sinais”; mas esses sinais que Jesus faz não são acolhidos pelos arrogantes. Somente aqueles que, humildemente, estão abertos para enxergar a revelação divina são os que realmente fazem o ato da fé. Por isso, fé e humildade estão sempre unidos.
Eis aqui a humildade maravilhosa de quem pede um milagre — que Jesus cure um servo seu —, e no entanto nem sequer exige que Cristo vá à sua casa, mas que diga só uma palavra para que ele seja salvo!
Padre Paulo Ricardo. "Como dar o passo da fé?" in Homilia Diária de 20-03-2023
ORAÇÃO UNIVERSAL - Tempo da Quaresma
Irmãos e irmãs: Na liturgia da palavra que escutámos, Deus anuncia que vai criar um mundo novo. Peçamos-Lhe que nos faça dignos dele, dizendo: R. Deus de bondade, ouvi-nos.
1. Com as Igrejas que nos cinco continentes
proclamam o Evangelho aos homens de hoje
e neles renovam a esperança e a alegria,
oremos. R. Deus de bondade, ouvi-nos.
2. Com aqueles que têm sede de mais justiça
e tudo fazem para acabar com a violência,
que se manifesta, de tantas formas, pelo mundo,
oremos. R. Deus de bondade, ouvi-nos.
3. Com os membros dos movimentos eclesiais
que se preparam para a Páscoa do Senhor,
meta final da sua própria renovação,
oremos. R. Deus de bondade, ouvi-nos.
4. Com os pais cujos filhos estão doentes
e sobretudo com os que recorrem à Mãe de Deus
quando as esperanças humanas desaparecem,
oremos. R. Deus de bondade, ouvi-nos.
5. Com toda a nossa assembleia celebrante
e em união com os outros paroquianos
que procuram levar a sua cruz unidos a Cristo,
oremos. R. Deus de bondade, ouvi-nos.
Senhor, ensinai-nos a louvar-Vos com a vida e a trabalhar, unidos uns aos outros, no projeto de Deus anunciado por Isaías. Por Cristo nosso Senhor.
LITURGIA EUCARÍSTICA
S: Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo pão que recebemos da vossa bondade, fruto da terra e do trabalho do homem, que hoje Vos apresentamos e que para nós se vai tornar Pão da vida.
T: Bendito seja Deus para sempre.
S: Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo vinho que recebemos da vossa bondade, fruto da videira e do trabalho do homem, que hoje Vos apresentamos e que para nós se vai tornar Vinho da salvação.
T: Bendito seja Deus para sempre.
S: Orai, irmãos, para que o meu e vosso sacrifício seja aceite por Deus Pai todo-poderoso.
T: Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para glória do seu nome, para nosso bem e de toda a santa Igreja.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
S: Concedei-nos, Senhor, os frutos da oblação que Vos consagramos, para que, purificados da velhice do homem terreno, vivamos a vida nova do homem celeste. Por Cristo nosso Senhor.
T: Ámen
PREFÁCIO
S: O Senhor esteja convosco.
T: Ele está no meio de nós.
S: Corações ao alto.
T: O nosso coração está em Deus.
S: Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
T: É nosso dever, é nossa salvação.
S: Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte.
Pelo jejum quaresmal reprimis os vícios e elevais o espírito, infundis a fortaleza e dais a recompensa, por Cristo, nosso Senhor. Por Ele, os Anjos e os Arcanjos e todos os coros celestes proclamam alegremente a vossa glória.
Permiti que nos associemos às suas vozes, cantando humildemente o vosso louvor:
T: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do Universo.
O Céu e a Terra proclamam a vossa Glória. Hossana nas alturas.
Bendito O que vem em nome do Senhor. Hossana nas alturas.
ORAÇÃO EUCARÍSTICA II
S: Vós, Senhor, sois verdadeiramente santo, sois a fonte de toda a santidade. Santificai estes dons, derramando sobre eles o vosso Espírito, de modo que se convertam, para nós, no Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Na hora em que Ele Se entregava, para voluntariamente sofrer a morte, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo:
TOMAI TODOS E COMEI: ISTO É O MEU CORPO, QUE SERÁ ENTREGUE POR VÓS.
De igual modo, no fim da Ceia, tomou o cálice e, dando graças, deu-o aos seus discípulos, dizendo:
TOMAI TODOS E BEBEI: ESTE É O CÁLICE DO MEU SANGUE, O SANGUE DA NOVA E ETERNA ALIANÇA, QUE SERÁ DERRAMADO POR VÓS E POR TODOS PARA REMISSÃO DOS PECADOS. FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM.
Mistério da fé!
T: Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!
S: Celebrando agora, Senhor, o memorial da morte e ressurreição de vosso Filho, nós Vos oferecemos o pão da vida e o cálice da salvação e Vos damos graças porque nos admitistes à vossa presença para Vos servir nestes santos mistérios. Humildemente Vos suplicamos que, participando no Corpo e Sangue de Cristo, sejamos reunidos, pelo Espírito Santo, num só corpo.
Lembrai-Vos, Senhor, da vossa Igreja, dispersa por toda a terra, e tornai-a perfeita na caridade em comunhão com o Papa, o nosso Bispo e todos aqueles que estão ao serviço do vosso povo.
Lembrai-Vos dos vossos servos, a quem chamastes para Vós: configurado com Cristo na morte, com Cristo tome parte na ressurreição.
Lembrai-Vos também dos outros nossos irmãos, que adormeceram na esperança da ressurreição, e de todos aqueles que na vossa misericórdia partiram deste mundo: admiti-os na luz da vossa presença.
Tende misericórdia de nós, Senhor, e dai-nos a graça de participar na vida eterna, com a Virgem Maria, Mãe de Deus, São José, seu esposo, os bem-aventurados Apóstolos e todos os Santos que desde o princípio do mundo viveram na vossa amizade, para cantarmos os vossos louvores, por Jesus Cristo, vosso Filho. Por Cristo, com Cristo, em Cristo, a Vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória agora e para sempre.
T: Ámen.
RITOS DA COMUNHÃO
S: Fiéis aos ensinamentos do Salvador, ousamos dizer:
T: Pai nosso, que estais no Céu, santificado seja o Vosso Nome, venha a nós o Vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no Céu.
O pão nosso de cada nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Ámen.
S: Livrai-nos de todo o mal, Senhor, e dai ao mundo a paz em nossos dias, para que, ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e de toda a perturbação, enquanto esperamos a vinda gloriosa de Jesus Cristo nosso Salvador.
T: Vosso é o reino e o poder e a glória para sempre.
S: Senhor Jesus Cristo, que dissestes aos vossos Apóstolos: Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz: não olheis aos nossos pecados, mas à fé da vossa Igreja e dai-lhe a união e a paz, segundo a vossa vontade, Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.
T: Ámen.
S: A paz do Senhor esteja sempre convosco.
T: O amor de Cristo nos uniu.
S: Saudai-vos na paz de Cristo.
T: Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz.
S: Felizes os convidados para a Ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
T: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo.
COMUNHÃO EUCARÍSTICA
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
S: Nós Vos suplicamos, Senhor, que estes dons sagrados renovem a nossa vida, para que, seguindo o caminho da santidade, alcancemos os bens eternos. Por Cristo nosso Senhor.
T: Ámen
RITOS DE CONCLUSÃO
S: O Senhor esteja convosco.
T: Ele está no meio de nós.
S: Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e + Espírito Santo.
T: Ámen.
S: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
T: Dêmos graças a Deus.
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