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«Se não vos arrependerdes, morrereis do mesmo modo» - 23-03-2025

  • Cláudia Pereira
  • 23 de mar.
  • 17 min de leitura

Parábola da figueira estéril - Lc 13, 1-9
Parábola da figueira estéril - Lc 13, 1-9

RITO INICIAL


S: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

T: Ámen.


S: A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.

T: Bendito seja Deus, que nos reuniu no amor de Cristo.


ACTO PENITENCIAL

S: Irmãos: Para celebrarmos dignamente os santos mistérios, reconheçamos que somos pecadores. Confessemos os nossos pecados.

T: Confesso a Deus todo-poderoso e a vós, irmãos, que pequei muitas vezes por pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos Anjos e Santos, e a vós, irmãos, que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor.


S: Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.

T: Ámen.


INVOCAÇÕES Kýrie, eléison

S: Senhor, tende piedade de nós.

T: Senhor, tende piedade de nós.


S: Cristo, tende piedade de nós.

T: Cristo, tende piedade de nós.


S: Senhor, tende piedade de nós.

T: Senhor, tende piedade de nós.


ORAÇÃO COLECTA

S: Senhor nosso Deus, autor de todas as misericórdias e de toda a bondade, que nos fizestes encontrar no jejum, na oração e no amor fraterno os remédios do pecado, olhai benigno para a confissão da nossa humildade, de modo que, abatidos pela consciência da culpa, sejamos confortados pela vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.


LITURGIA DA PALAVRA


LEITURA I - Ex 3, 1-8a.13-15

«O que Se chama ‘Eu sou’ enviou-me a vós»


Leitura do Livro do Êxodo

Naqueles dias, Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madiã. Ao levar o rebanho para além do deserto, chegou ao monte de Deus, o Horeb.

Apareceu-lhe então o Anjo do Senhor numa chama ardente, do meio de uma sarça. Moisés olhou para a sarça, que estava a arder, e viu que a sarça não se consumia. Então disse Moisés: «Vou aproximar-me, para ver tão assombroso espetáculo: por que motivo não se consome a sarça?».

O Senhor viu que ele se aproximava para ver. Então Deus chamou-o do meio da sarça: «Moisés, Moisés!». Ele respondeu: «Aqui estou!» Continuou o Senhor: «Não te aproximes. Tira as sandálias dos pés, porque o lugar que pisas é terra sagrada».

E acrescentou: «Eu sou o Deus de teus pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob». Então Moisés cobriu o rosto, com receio de olhar para Deus.

Disse-lhe o Senhor: «Eu vi a situação miserável do meu povo no Egito; escutei o seu clamor provocado pelos opressores. Conheço, pois, as suas angústias. Desci para o libertar das mãos dos egípcios e o levar deste país para uma terra boa e espaçosa, onde corre leite e mel».

Moisés disse a Deus: «Vou procurar os filhos de Israel e dizer-lhes: ‘O Deus de vossos pais enviou-me a vós’. Mas se me perguntarem qual é o seu nome, que hei de responder-lhes?». Disse Deus a Moisés: «Eu sou ‘Aquele que sou’». E prosseguiu: «Assim falarás aos filhos de Israel: O que Se chama ‘Eu sou’ enviou-me a vós».

Deus disse ainda a Moisés: «Assim falarás aos filhos de Israel: ‘O Senhor, Deus de vossos pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob, enviou-me a vós. Este é o meu nome para sempre, assim Me invocareis de geração em geração’».


Palavra do Senhor.

T: Graças a Deus


Explicação da Leitura I:

Continuando a apresentar, nesta subida quaresmal a caminho da Páscoa, certos momentos mais significativos da história da salvação, a primeira leitura deste domingo, em seguimento da dos domingos anteriores, dá-nos a célebre revelação de Deus a Moisés, a revelação do seu Nome, que define, tanto quanto isso é possível, Quem é Deus. Ao mesmo tempo, e na continuação dessa revelação, Deus chama Moisés e envia-o como instrumento de salvação para o seu povo escravizado no Egito. Moisés será o chefe desse povo, o seu condutor através do deserto, e, como tal, figura de Cristo, o verdadeiro Pastor, guia e salvador do seu povo.


SALMO RESPONSORIAL

Salmo 102 (103), 1-4.6-8.11 (R. 8a)

Refrão: O Senhor é clemente e cheio de compaixão.


  1. Bendiz, ó minha alma, o Senhor e todo o meu ser bendiga o seu nome santo. Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não esqueças nenhum dos seus benefícios. O Senhor é clemente e cheio de compaixão.


  2. Ele perdoa todos os teus pecados e cura as tuas enfermidades. Salva da morte a tua vida e coroa-te de graça e misericórdia. O Senhor é clemente e cheio de compaixão.


  3. O Senhor faz justiça e defende o direito de todos os oprimidos. Revelou a Moisés os seus caminhos e aos filhos de Israel os seus prodígios. O Senhor é clemente e cheio de compaixão.


  4. O Senhor é clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade. Como a distância da terra aos céus, assim é grande a sua misericórdia para os que O temem. O Senhor é clemente e cheio de compaixão.


LEITURA II - 1 Cor 10, 1-6.10-12

A vida do povo com Moisés no deserto foi escrita para nos servir de exemplo.


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios

Irmãos: Não quero que ignoreis que os nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, passaram todos através do mar e na nuvem e no mar, receberam todos o batismo de Moisés. Todos comeram o mesmo alimento espiritual e todos beberam a mesma bebida espiritual. Bebiam de um rochedo espiritual que os acompanhava: esse rochedo era Cristo. Mas a maioria deles não agradou a Deus, pois caíram mortos no deserto. Esses factos aconteceram para nos servir de exemplo, a fim de não cobiçarmos o mal, como eles cobiçaram. Não murmureis, como alguns deles murmuraram, tendo perecido às mãos do Anjo exterminador. Tudo isto lhes sucedia para servir de exemplo e foi escrito para nos advertir, a nós que chegámos ao fim dos tempos. Portanto, quem julga estar de pé tome cuidado para não cair.


Palavra do Senhor.

T: Graças aa Deus


Explicação da Leitura II:

É o próprio Apóstolo que nos ensina a ler o Antigo Testamento: este anuncia as realidades do Novo Testamento, e serve, ao mesmo tempo, de exemplo e de guia ao povo da Nova Aliança, que já chegou “aos últimos tempos”, os tempos do Senhor Jesus Cristo, mas que ainda peregrina no deserto deste mundo a caminho da Terra Prometida. Não venha a suceder-nos a nós o que a muitos deles aconteceu: terem ficado pelo caminho.


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO

Mt 4, 17

Refrão: Louvor e glória a Vós, Jesus Cristo, Senhor.

Arrependei-vos, diz o Senhor; está próximo o reino dos Céus.


EVANGELHO - Lc 13, 1-9

«Se não vos arrependerdes, morrereis do mesmo modo»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, vieram contar a Jesus que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus, juntamente com o das vítimas que imolavam. Jesus respondeu-lhes:

«Julgais que, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito homens, que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante.» Jesus disse então a seguinte parábola: «Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou.

Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque há de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’. Mas o vinhateiro respondeu-lhe: ‘Senhor, deixa-a ficar ainda este ano, que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo. Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandá-la-ás cortar no próximo ano'».


S: Palavra da salvação.

T: Glória a Vós Senhor.


S: Por este Santo Evangelho,

T: Perdoai-nos Senhor.


Explicação do Evangelho:

A primeira mensagem da Boa Nova que Jesus nos traz é o anúncio da aproximação do reino dos Céus, e consequentemente o convite a acolhê-lo com o coração voltado para ele e afastado do que lhe é contrário. Esta atitude é assim uma conversão, um regresso dos caminhos do pecado, uma atitude de arrependimento em relação ao passado, uma atitude penitencial. E esta atitude do coração é fundamental na Quaresma.


Meditação

Neste 3.º Domingo da Quaresma, lemos o Evangelho de São Lucas, capítulo 13, versículos de 1 a 9. Trata-se de um convite à conversão, um chamado à mudança de mentalidade. Nosso Senhor nos exorta a nos convertermos; o Evangelho utiliza o termo grego “metanoēsēte” para nos orientar a essa transformação. Mas que tipo de conversão Ele espera de nós? O Evangelho mostra-nos que Jesus questiona a teologia da retribuição do Antigo Testamento e a atual teologia da prosperidade — que é especialmente comum no âmbito protestante. Vamos refletir sobre como Ele desafia essas ideias e o que realmente significa a conversão que Nosso Senhor nos pede.

Primeiramente, nós observamos que eles trazem a Jesus a notícia de uma matança ordenada por Pilatos no Templo de Jerusalém. Eis o ensejo, portanto, para refletirmos sobre a lógica da teologia da retribuição. Conforme essa visão, se aqueles galileus foram mortos, é porque mereciam, ou seja, cometeram um pecado grave, e Deus os puniu com aquela tragédia. Esta é a ideia central da teologia da retribuição: quem peca recebe a punição. Assim, as desgraças seriam reservadas apenas aos injustos.

Essa é, a propósito, a dificuldade central abordada no livro de Jó, no Antigo Testamento. Nos dias atuais, encontramos essa ideia na doutrina espírita, a qual sugere que, se você está sofrendo nesta vida, está pagando por algo que fez no passado. Se, ao examinar sua consciência, perceber que não cometeu pecado algum merecedor de tal castigo, então a explicação é simples: você está pagando um pecado de uma vida anterior. Essa é, de forma simplificada, a lógica da teologia da retribuição.

Todavia, Nosso Senhor nega essa lógica e afirma: “Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”. Ou seja, embora aqueles tenham morrido e esses que estão diante de Jesus não, isso não significa que estes estejam em uma condição diferente, privilegiada. A chave de interpretação deste Evangelho é o fato de que Jesus nos convida a uma visão solidária dos acontecimentos desta vida. Falaremos sobre isso mais adiante.

A teologia da prosperidade é, na verdade, uma inversão da teologia da retribuição, mas com uma lógica semelhante. Ela ensina que, se alguém não foi massacrado, como os galileus, é porque é justo e escolhido por Deus, e, por isso, será abençoado com prosperidade, saúde e fartura nesta vida. Tal visão é comum em algumas igrejas protestantes; para as quais, os justos serão abençoados, enquanto os que sofrem, como os que enfrentam doenças ou dificuldades financeiras, passam por isso porque têm uma fé fraca. Jesus, no entanto, diz claramente: “Se não vos converterdes, morrerão todos do mesmo modo”, contrariando também essa lógica da prosperidade.

Com efeito, é com a realidade da solidariedade que Nosso Senhor soluciona o problema da teologia da retribuição e da prosperidade. Ele nos ensina que todos estamos no mesmo barco, e que tanto a situação das pessoas abençoadas quanto a das que enfrentam dificuldades devem nos servir de mensagem para a nossa conversão. A parábola da figueira ilustra isso: o proprietário quer cortá-la por não dar frutos, mas o agricultor pede paciência a fim de cuidá-la por mais um tempo. Assim, quando vemos pessoas abençoadas, saibamos que elas estão vivendo o tempo da paciência de Deus; e quando vemos outras no sofrimento, é um chamado à conversão, tanto para elas quanto para nós. O sofrimento dos outros deve ser uma Palavra de Deus para a nossa conversão.

A chave de leitura solidária deste Evangelho é ver tanto a bênção quanto a miséria como uma Palavra de Deus que nos chama a mudar de vida. Na bênção, Deus mostra-nos o tempo da paciência e nos convida à conversão; e na miséria, Ele nos chama a refletir e também a nos converter.

Podemos aprofundar teologicamente a questão: por que Deus permite que vivamos em um mundo tão trágico? Tragédias causadas pelo pecado humano, como o massacre de Pilatos, ou tragédias naturais, como a morte dos construtores na Torre de Siloé, suscitam-nos esse questionamento. A resposta é clara: as aflições deste mundo são consequências do pecado original, pois não vivemos mais em um paraíso terrestre. A expulsão do paraíso, embora vista como castigo, é, a bem da verdade, uma providência amorosa de Deus.

Na “Suma Teológica”, Santo Tomás de Aquino — na questão 164 da II seção da II parte — explica que, após o pecado original, não convinha ao homem continuar no paraíso terrestre. Antes do pecado, havia uma ordem em que Deus governava a alma, e a alma governava o corpo. Com o pecado, essa hierarquia foi invertida: o homem afastou-se de Deus e a alma foi subjugada pelo corpo. Dessa forma, se o homem permanecesse no paraíso, seu corpo, corrompido e ainda dominando a alma, seria mimado pelos prazeres do paraíso, tornando-se mais caprichoso e arrogante, e a desgraça da alma seria ainda maior.

Na sua bondade, Deus, vendo a situação do homem após o pecado, expulsa-o do paraíso terrestre e coloca-o num mundo de aflições e desgraças. Esse ambiente de sofrimento, como o massacre de Pilatos ou o desabamento da Torre de Siloé, serve para nos alertar sobre a necessidade de conversão. Ao refletirmos sobre essas aflições, devemos frear os desejos desordenados da carne e permitir que o Espírito de Deus governe nossa alma, para que ela, por sua vez, possa governar o corpo. Esse é o plano de Deus.

Aqui, nós podemos observar um pouco a forma por meio da qual Deus age, isto é, a sua pedagogia, a sua graça. E essa observação permite-nos também entender um pouco da realidade dos “castigos” que nós padecemos neste mundo. De fato, Deus não tem satisfação em nos castigar; mas, na sua bondade, Ele precisa recordar-nos da miséria na qual vivemos.

O Evangelho de São Lucas mostra-nos como o coração de Jesus reage às misérias, como a tragédia dos galileus em Jerusalém. No capítulo 19, quando Jesus aproxima-se de Jerusalém, Ele chora e lamenta: “Ah, se tu compreendesses hoje o que te pode trazer a paz” (Lc 19, 42). Em seguida, Nosso Senhor prevê a destruição da cidade e diz que os inimigos irão cercá-la, porque Jerusalém não reconheceu o tempo em que Deus a visitou (cf. Lc 19, 44). Esse “tempo da visita” é o tempo da graça de Deus, o “kairon tēs episkopēs”, um tempo de paciência em que Deus oferece-nos a sua graça.

Verdadeiramente, Deus nos concede a sua graça, mas chega um momento em que, ao perceber que não há conversão, Ele vê que sua graça está resultando em desgraça. Isso pode acontecer — é como um pai que dá presentes ao filho, mas, ao mimá-lo em demasia, acaba deseducando-o. De igual modo, Deus, ao ver que a graça não leva à conversão, pode retirá-la, não por falta de amor, mas precisamente por amor. Deus expulsa o homem do paraíso quando a graça torna-se motivo de desgraça. E Jesus nos alerta que, ao ver alguém em desgraça, não devemos nos considerar menos pecadores, mas, sim, converter-nos. O tempo da paciência de Deus, em que Ele nos dá a chance de nos converter, pode acabar sem que o aproveitemos. Ou seja, se não produzimos frutos, Deus, em sua bondade, permite que o tempo da paciência chegue ao fim e corta a árvore infrutífera.

Como vemos no capítulo 19 de São Lucas, Jesus é o primeiro a chorar ao perceber que seu povo não aproveitou o tempo da graça e da paciência de Deus. Ao se esquecer de Deus e não se converter, Jerusalém foi devastada pelos gentios.

A mensagem do Evangelho deste domingo é semelhante à forma como Deus age no Antigo Testamento. No livro de Ezequiel, capítulo 10, quando o povo não se converteu apesar das pregações e sinais, a glória do Senhor retirou-se do Templo de Jerusalém, o que representa a retirada da graça divina. Isso é trágico, pois, logo após, os inimigos aproximam-se da cidade e o povo é entregue nas mãos deles, mas não por ódio de Deus, e sim para que o povo tenha tempo de conversão. Após o exílio babilônico, um remanescente de Israel retornará para cumprir a vontade do Pai.

Deus nos dá a graça, mas, ao perceber que ela está resultando em desgraça para nós — pois ficamos mimados, habituados às benesses do mundo e desprezamos a conversão —, Ele não hesitará em tirá-la de nossas vidas. A mensagem de Deus é clara: “Convertei-vos, senão perecereis”. Se não nos convertemos, Deus amorosamente retira sua graça, para nosso bem. Existe o tempo da paciência de Deus, mas também existe o tempo da sua ira.

Na Segunda Carta de São Pedro, o príncipe dos Apóstolos diz assim: “Considerai que a paciência de Deus para conosco tem em vista a nossa salvação, conforme vos escreveu o nosso amado irmão Paulo, segundo a sabedoria que lhe foi dada” (2 Pe 3, 15). Essa paciência divina — ou “makrothymian”, “μακροθυμίαν” — é mencionada por São Paulo no capítulo 2 da Carta aos Romanos:

Tu, homem que julgas os que praticam tais coisas, mas cometes também, pensas que escaparás ao juízo de Deus? Ou desprezas as riquezas de sua bondade, tolerância e longanimidade, desconhecendo que a bondade de Deus te convida ao arrependimento? Mas, pela tua obstinação e coração impenitente, vais acumulando ira contra ti, para o dia da cólera e da revelação do justo juízo de Deus (Rm 2, 3-5).

Em outras palavras, o Apóstolo está dizendo que quem permanece obstinado no pecado, acumula ira contra si para o dia do justo juízo de Deus.

Se você está vivendo o tempo da paciência, saiba que, em breve, poderá vir o dia da cólera, e isso por bondade de Deus. Ele nos ama, dá-nos a sua graça; mas Ele jamais nos mima. Portanto, estejamos conscientes de que, se a graça começar a redundar em desgraça, Ele permitirá um castigo.

Esta é a mensagem do Evangelho deste domingo: em tempos de tribulação, convertamo-nos, pois até as dificuldades são expressão da benevolência do Criador, que nos chama à conversão. Se vivemos um tempo de bênçãos e prosperidade, também devemos nos converter, pois é sinal de que ainda estamos no tempo da paciência divina. No entanto, se não aproveitarmos essa graça, Deus irá retirá-la antes que se transforme em causa de nossa ruína.

Padre Paulo Ricardo. "Na bênção ou na desgraça, converta-se!" in Homilia Diária de 22-03-2025


ORAÇÃO UNIVERSAL - DOMINGO III DA QUARESMA

(Quando não se faz o primeiro escrutínio dos catecúmenos)


Irmãos e irmãs em Cristo: Oremos ao Deus vivo, que revelou a Moisés o seu nome santo, e intercedamos pelas necessidades da Igreja e do mundo, dizendo (ou: cantando), confiadamente: R. Kýrie, eléison.


1. Pela Igreja, atenta à voz do Senhor que lhe fala, como falou a Moisés, na sarça ardente, para que proclame com alegria a Boa Nova, oremos. R. Kýrie, eléison.


2. Pelas vítimas de todas as violências, da opressão, da fome e dos maus tratos, para que sejam ouvidas pelo Senhor, que faz justiça, oremos. R. Kýrie, eléison.


3. Pelos cristãos que neste tempo da Quaresma se arrependem e convertem ao Senhor, para que aprendam a perdoar e a ser bons, oremos. R. Kýrie, eléison.


4. Pelos doentes e por todos os que sofrem e pelos que não têm ninguém que os escute, para que se unam à paixão do Salvador, oremos. R. Kýrie, eléison.


5. Por todos os que o Senhor aqui reuniu, para que nos faça chegar um dia junto d’Ele e nos sacie dos bens da sua casa, oremos. R. Kýrie, eléison.


Deus de bondade infinita, usai de paciência para connosco e fazei que a palavra que escutámos dê fruto abundante em nossas vidas. Por Cristo Senhor nosso.


CREDO (Símbolo niceno-constantinopolitano)


Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.

Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; Gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos céus, encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria. e Se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. De novo há-de vir em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo. Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos Profetas.

Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só baptismo para remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos, e vida do mundo que há-de vir. Ámen.


LITURGIA EUCARÍSTICA


S: Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo pão que recebemos da vossa bondade, fruto da terra e do trabalho do homem, que hoje Vos apresentamos e que para nós se vai tornar Pão da vida.

T: Bendito seja Deus para sempre.


S: Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo vinho que recebemos da vossa bondade, fruto da videira e do trabalho do homem, que hoje Vos apresentamos e que para nós se vai tornar Vinho da salvação.

T: Bendito seja Deus para sempre.


S: Orai, irmãos, para que o meu e vosso sacrifício seja aceite por Deus Pai todo-poderoso.

T: Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para glória do seu nome, para nosso bem e de toda a santa Igreja.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

S: Concedei, Senhor, por este sacrifício, que, ao pedirmos o perdão dos nossos pecados, perdoemos também aos nossos irmãos. Por Cristo nosso Senhor.

T: Ámen


PREFÁCIO - A penitência espiritual


S: O Senhor esteja convosco.

T: Ele está no meio de nós.


S: Corações ao alto.

T: O nosso coração está em Deus.


S: Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.

T: É nosso dever, é nossa salvação.


S: Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte.

Para renovar na santidade os vossos filhos, concedeis este tempo de salvação, a fim de que, libertando-se do fermento do pecado, se convertam a Vós de todo o coração e vivam de tal modo as realidades temporais que procurem sempre os bens eternos.

Por isso, com os Anjos e os Santos, proclamamos a vossa glória, cantando numa só voz:

T: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do Universo.

O Céu e a Terra proclamam a vossa Glória. Hossana nas alturas.

Bendito O que vem em nome do Senhor. Hossana nas alturas.


ORAÇÃO EUCARÍSTICA II

S: Vós, Senhor, sois verdadeiramente santo, sois a fonte de toda a santidade. Santificai estes dons, derramando sobre eles o vosso Espírito, de modo que se convertam, para nós, no Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Na hora em que Ele Se entregava, para voluntariamente sofrer a morte, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo:

TOMAI TODOS E COMEI: ISTO É O MEU CORPO, QUE SERÁ ENTREGUE POR VÓS.


De igual modo, no fim da Ceia, tomou o cálice e, dando graças, deu-o aos seus discípulos, dizendo:

TOMAI TODOS E BEBEI: ESTE É O CÁLICE DO MEU SANGUE, O SANGUE DA NOVA E ETERNA ALIANÇA, QUE SERÁ DERRAMADO POR VÓS E POR TODOS PARA REMISSÃO DOS PECADOS. FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM.


S: Mistério da fé!

T: Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!


S: Celebrando agora, Senhor, o memorial da morte e ressurreição de vosso Filho, nós Vos oferecemos o pão da vida e o cálice da salvação e Vos damos graças porque nos admitistes à vossa presença para Vos servir nestes santos mistérios. Humildemente Vos suplicamos que, participando no Corpo e Sangue de Cristo, sejamos reunidos, pelo Espírito Santo, num só corpo.

Lembrai-Vos, Senhor, da vossa Igreja, dispersa por toda a terra, e tornai-a perfeita na caridade em comunhão com o Papa, o nosso Bispo e todos aqueles que estão ao serviço do vosso povo.

Lembrai-Vos dos vossos servos, a quem chamastes para Vós: configurado com Cristo na morte, com Cristo tome parte na ressurreição.

Lembrai-Vos também dos outros nossos irmãos, que adormeceram na esperança da ressurreição, e de todos aqueles que na vossa misericórdia partiram deste mundo: admiti-os na luz da vossa presença.

Tende misericórdia de nós, Senhor, e dai-nos a graça de participar na vida eterna, com a Virgem Maria, Mãe de Deus, São José, seu esposo, os bem-aventurados Apóstolos e todos os Santos que desde o princípio do mundo viveram na vossa amizade, para cantarmos os vossos louvores, por Jesus Cristo, vosso Filho. Por Cristo, com Cristo, em Cristo, a Vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória agora e para sempre.

T: Ámen.


RITOS DA COMUNHÃO


S: Fiéis aos ensinamentos do Salvador, ousamos dizer:

T: Pai nosso, que estais nos céus, santificado seja o Vosso nome, venha a nós o Vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como temos perdoado a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação. Ámen.


S: Livrai-nos de todo o mal, Senhor, e dai ao mundo a paz em nossos dias, para que, ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e de toda a perturbação, enquanto esperamos a vinda gloriosa de Jesus Cristo nosso Salvador.

T: Vosso é o reino e o poder e a glória para sempre.


S: Senhor Jesus Cristo, que dissestes aos vossos Apóstolos: Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz: não olheis aos nossos pecados, mas à fé da vossa Igreja e dai-lhe a união e a paz, segundo a vossa vontade, Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.

T: Ámen.


S: A paz do Senhor esteja sempre convosco.

T: O amor de Cristo nos uniu.


S: Saudai-vos na paz de Cristo.

T: Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz.


S: Felizes os convidados para a Ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

T: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo.


COMUNHÃO EUCARÍSTICA


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

S: Recebemos, Senhor, o penhor da glória eterna e, vivendo ainda na terra, fomos saciados com o pão do céu. Nós Vos pedimos humildemente a graça de manifestarmos na vida o que celebramos neste sacramento. Por Cristo nosso Senhor.

T: Ámen


RITOS DE CONCLUSÃO


S: O Senhor esteja convosco.

T: Ele está no meio de nós.


S: Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e + Espírito Santo.

T: Ámen.


S: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

T: Dêmos graças a Deus.


23-03-2025


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