top of page

«Também Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar.» - 7-04-2025

  • Cláudia Pereira
  • 7 de abr.
  • 8 min de leitura

São João Batista de la Salle, presbítero


João Batista de la Salle - 7 de Abril
João Batista de la Salle - 7 de Abril
Nota Histórica

João Batista de la Salle nasceu em Reims, na Normandia, região da França, no ano 1651. Ordenado presbítero, dedicou-se principalmente à educação das crianças e à fundação de escolas para os pobres. Com os companheiros que se associaram à sua obra fundou a Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs, pela qual suportou muitas tribulações, tornando-se grande benemérito do povo de Deus. Morreu perto de Ruão, na França, no ano 1719.


A mulher adúltera - Jo 8, 1-11
A mulher adúltera - Jo 8, 1-11

LITURGIA DA PALAVRA


LEITURA I - Forma breve Dan 13, 41c-62

«Vou morrer, sem ter feito nada do que disseram contra mim»


Leitura da Profecia de Daniel

Naqueles dias, a assembleia condenou Susana à morte. Então Susana disse em altos brados: «Deus eterno, que sabeis o que é secreto e conheceis todas as coisas antes que aconteçam, Vós sabeis que eles proferiram contra mim um falso testemunho. E eu vou morrer, sem ter feito nada do que eles maliciosamente disseram contra mim».

O Senhor ouviu a oração de Susana. Quando a levavam para ser executada, Deus despertou o espírito santo dum rapazinho chamado Daniel, que gritou com voz forte: «Eu sou inocente da morte desta mulher». Todo o povo se voltou para ele e perguntou: «Que palavras são essas que acabas de dizer?» Daniel, de pé no meio deles, respondeu: «Sois tão insensatos, ó filhos de Israel, que, sem julgamento nem conhecimento claro dos factos, condenais uma filha de Israel? Voltai ao tribunal, porque estes dois homens levantaram contra ela um falso testemunho».

O povo regressou a toda a pressa e os anciãos disseram a Daniel: «Vem sentar-te no meio de nós e expõe-nos o teu pensamento, pois Deus concedeu-te a dignidade dos anciãos». Daniel disse-lhes: «Separai-os um do outro e eu os julgarei».

Quando os separaram, Daniel chamou o primeiro e disse-lhe: «Envelheceste na prática do mal, mas agora aparecem os pecados que outrora cometeste, quando lavravas sentenças injustas, condenando os inocentes e absolvendo os culpados, apesar de o Senhor dizer: ‘Não dareis a morte ao inocente e ao justo’. Pois bem. Se viste esta mulher, debaixo de que árvore descobriste os dois juntos?». Ele respondeu:

«Debaixo de um lentisco». Replicou Daniel: «A tua mentira cairá sobre a tua cabeça, pois o Anjo de Deus já recebeu a sentença, para te rachar ao meio».

Depois de o terem afastado, Daniel ordenou que trouxessem o outro e disse-lhe: «Raça de Canaã e não de Judá, a beleza seduziu-te e o desejo perverteu-te o coração. Era assim que procedíeis com as filhas de Israel e elas por medo entregavam-se a vós. Pois bem, diz-me então: Debaixo de que árvore os surpreendeste juntos?»

Ele respondeu: «Debaixo de um carvalho». Replicou Daniel: «A tua mentira cairá sobre a tua cabeça, pois o Anjo de Deus está à tua espera com a espada na mão para te cortar ao meio. Assim acabará convosco».

Toda a assembleia clamou em alta voz, bendizendo a Deus, que salva aqueles que esperam n’Ele.

Levantaram-se então contra os dois velhos, porque Daniel os tinha convencido de falso testemunho, pela sua própria boca. Para cumprirem a Lei de Moisés, aplicaram-lhes a mesma pena que tão impiamente tinham preparado para o seu próximo e executaram-nos; e foi salva naquele dia uma vida inocente.


Palavra do Senhor.

T: Demos graças a Deus.


Explicação da Leitura I:

Por cima do juízo dos homens, sobretudo por cima da sua falta de justiça em julgar, está o juízo de Deus, que é sempre um juizo justo e salvador. Susana, falsamente acusada, julgada e condenada, é imagem da Igreja caluniada e condenada. Deus, porém, vem em seu auxilio e a liberta, como faz a cada um de nós, que esperamos da misericórdia de Deus a absolvição dos nossos pecados e a reintegração no seu povo. Deus ampara sempre aqueles que n’Ele confiam, umas vezes de forma patente, outras vezes nos segredos dos Seus desígnios.


SALMO RESPONSORIAL

Salmo 22 (23), 1-2a.2b-3.5-6 (R. 4a)

Refrão: Ainda que passe por vales tenebrosos, nada temo, porque Vós estais comigo.


  1. O Senhor é meu pastor: nada me falta. Leva-me a descansar em verdes prados, conduz-me às águas refrescantes e reconforta a minha alma. Ainda que passe por vales tenebrosos, nada temo, porque Vós estais comigo.

  2. Ele me guia por sendas direitas, por amor do seu nome. Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo. Ainda que passe por vales tenebrosos, nada temo, porque Vós estais comigo.

  3. Para mim preparais a mesa à vista dos meus adversários; com óleo me perfumais a cabeça e o meu cálice transborda. Ainda que passe por vales tenebrosos, nada temo, porque Vós estais comigo.

  4. A bondade e a graça hão de acompanhar-me todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor para todo o sempre. Ainda que passe por vales tenebrosos, nada temo, porque Vós estais comigo.


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO - Ez 33, 11

Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Sabedoria do Pai.

Eu não quero a morte do pecador, diz o Senhor, mas que se converta e viva.


EVANGELHO - Jo 8, 1-11

«Também Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar.»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, Jesus foi para o Monte das Oliveiras. Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentou-Se e começou a ensinar. Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: «Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?».

Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. Como persistiam em interrogá-l’O, Ele ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio.

Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?». Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Jesus acrescentou: «Também Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar.»


S: Palavra da salvação.

T: Glória a Vós Senhor.


Explicação do Evangelho:

Ao lado de Susana, inocente mas acusada e condenada, (primeira leitura), a mulher adúltera, culpada mas perdoada, é também imagem da Igreja nos seus membros: purificada dos seus pecados nas águas do Batismo e da Penitência, defendida das tentações e acusações injustas de seus perseguidores, ela é a nova Eva, fruto da misericórdia de Deus, ao lado de Cristo, o novo Adão. Assim é o fruto do Mistério Pascal, que nos preparamos para celebrar.


Meditação

Iniciamos hoje o 8º capítulo do Evangelho de São João e iremos ler esse capítulo nos próximos quatro dias. Este Evangelho é muito comentado exatamente por causa da misericórdia de Jesus, no entanto, se nós olharmos para o contexto geral do capítulo 8º, iremos ver uma outra coisa. A partir da misericórdia de Jesus para com aquela mulher, intensifica-se o drama da Paixão do próprio Cristo.

Ali, Jesus evita que aquela pecadora morra, e então, começa-se a falar da morte de Cristo. Quando colocamos neste contexto, podemos ver esse episódio, em que Jesus perdoa a mulher adúltera, debaixo de uma outra perspetiva. Começamos a compreender que nós, pelo nosso pecado, somos merecedores de morte, pelos nossos pecados, nós somos essa mulher adúltera arrastada até aos pés de Jesus para sermos merecidamente condenados à morte.

Sim, o próprio São Paulo, nos diz isso na Carta aos Romanos, «no entanto, eles têm consciência que são merecedores de morte, os que fazem estas coisas, estes pecados, estas abominações». No entanto, o Cristo nos libertou dessa condenação. Não somente nos libertou de uma pena de morte aqui nesse mundo, Ele liberta-nos de uma morte ainda pior, a morte eterna, a morte do Inferno, ou seja, uma morte que não tem fim, um sofrimento que não morre.

Por quê? Porque ela guarda em si mesma, como diz o Cardeal São Roberto Belarmino, “em si mesma, ela guarda todo o mal e tudo aquilo que de mau existe na vida e na morte.”

Pois bem, a mulher é perdoada e essa mulher somos nós. Quando Jesus olhou para aquela pecadora aos seus pés, não se iluda, Ele olhou, e viu-nos a nós, Ele olhou para o nosso rosto, Ele viu os nossos pecados. Então, Jesus está disposto e quer a perdoar os nossos pecados. Não apenas quer, como Ele vai morrer para fazer isso, Ele irá derramar o Seu sangue no nosso lugar.

A partir desta misericórdia do Cristo para com a adúltera, desencadeia-se uma fúria infernal contra o próprio Jesus, como se aqueles pecadores ressentidos, porque não podiam dilapidar e condenar aquela mulher, agora se voltam contra o juiz misericordioso que é o Cristo.

Pois bem, Jesus paga o preço de derramar o Seu sangue no seu lugar, no meu lugar. Mas, não vamos ouvir nós o seu apelo? Ele diz assim: “Também Eu não te condeno, vai e não peques mais”. Todos se recordam do «nem Eu te condeno», mas todos se esquecem do «não peques mais», porquê? Porque não tem sentido nenhum sermos perdoados, de forma misericordiosa e clemente por um Deus tão bom e continuarmos a ofendê-l’O, continuar a cuspir no rosto dele, continuar a fazer com que Ele sofra.

Então, vamos nos arrepender dos nossos pecados, vamos dar valor ao amor com o qual fomos e somos amados, vamos amar de volta esse amor infinito que nos amou. Vai e não peques mais.

Padre Paulo Ricardo. "Vai e não peques mais" in Homilia Diária de 3-04-2017


Que Deus vos abençoe por toda a eternidade.


Partilhe, para que Jesus e Maria cheguem a todos os Seus filhos.


Liturgia das Horas

Das Meditações de São João Baptista de la Salle, presbítero

(Medit. 201) (Sec. XVIII)


O amor de Deus nos impele

Considerai o que diz o apóstolo Paulo, isto é, que Deus colocou na Igreja apóstolos, profetas e doutores, e chegareis à conclusão de que foi Ele mesmo que vos colocou no vosso cargo. Disto vos dá testemunho o mesmo santo ao declarar que são diversos os ministérios e diversas as atividades, e que é o mesmo Espírito que Se manifesta em cada um destes dons para utilidade comum, quer dizer, para utilidade da Igreja.

Não ponhais em dúvida, por conseguinte, que a graça que vos foi dada – ensinar crianças, anunciar-lhes o Evangelho e educá-las no espírito da religião – é um grande dom de Deus, porque foi Ele que vos chamou para este santo ministério.

Portanto, no vosso modo de ensinar, comportai-vos de tal maneira que as crianças entregues aos vossos cuidados vejam que exercitais a vossa atividade como ministros de Deus, com caridade sincera e fraterna diligência. Além disso, deveis pensar que no cumprimento do vosso dever sois não só ministros de Deus, mas também de Jesus Cristo e da Igreja.

Assim o afirma São Paulo, quando exorta que todos devem considerar como ministros de Cristo os que anunciam o Evangelho, os que escrevem aquela carta, ditada pelo mesmo Cristo, não com tinta mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra mas nas tábuas de carne do coração, que são os corações das crianças. É o amor de Deus que vos impele, porque Jesus Cristo morreu por todos, a fim de que os que vivem não vivam já para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou. Deste modo, os vossos discípulos, estimulados pela vossa diligência e solicitude, hão-de sentir que é Deus que os exorta por meio de vós, porque actuais como embaixadores de Cristo.

É necessário, além disso, que mostreis um grande amor à Igreja e lhe deis provas da vossa diligência. De facto, vós trabalhais pela Igreja, que é o Corpo de Cristo. Demonstrai então, com a vossa diligência, que amais aqueles que Deus vos entregou, como Cristo amou a Igreja.

Esforçai-vos por que os vossos alunos cheguem efetivamente a fazer parte deste templo e se tornem dignos de se apresentarem um dia no tribunal de Jesus Cristo, gloriosos, sem mancha nem ruga nem coisa semelhante, a fim de que se manifestem às gerações futuras as abundantes riquezas da graça que Deus lhes concedeu por meio de vós. De facto, é o Senhor que lhes dá a eles a graça de aprender e a vós a de os ensinar e educar, para que recebam a herança no reino de Deus e de Jesus Cristo Nosso Senhor.


Comments


Subscreva a newsletter e receba no seu e-mail todas as novidades!

Obrigado pelo envio!

© 2025 por Manto de Maria

  • Spotify
bottom of page